O exemplar da ave de pequeno porte, endêmica da Mata Atlântica, foi encontrado há mais de 200 anos. O tietê-coroa foi considerado extinto por mais de um século - de 1860 até 1996. No fim da década de 90, um ornitólogo avistou duas dessas aves no Parque Nacional da Serra dos Órgãos (foto), em Teresópolis, no Rio de Janeiro.
O exemplar que estava na Alemanha foi cedido para a coleção do Museu de Zoologia da USP para estudos, permitindo que os pesquisadores aprimorem os conhecimentos sobre a rara espécie da fauna brasileira. Não existem fotos de tietê-coroa, apenas ilustrações que representam o animal.
No dia 23/11/2024, a Polícia Militar Rodoviária apreendeu 122 aves silvestres em caminhão em Foz do Amambaí, no km 116 da rodovia MS-487, em Naviraí (MS).
Entre as aves, estavam 15 filhotes de jandaias - animal que corre risco de extinção. Os outros 107 eram papagaios.
O Batalhão da PM Ambiental informou que o motorista confessou ter recebido as aves em um posto de combustível em Ivinhema (MS) para transportá-las até Ponta Grossa (PR), onde seriam vendidas.
O motorista foi detido e multado pela PM Ambiental em R$ 361.510,40 por transporte ilegal de animais silvestres e maus-tratos.
Os animais foram levados para a Fazenda Green Farm em Itaquiraí, instituição parceira do Centro de Reabilitação de Animais Silvestres (Cras) - do governo do estado - para tratamento veterinário.
Em agosto, biólogos festejaram quando uma jandaia, espécie que é um dos símbolos do Ceará, voltou a aparecer em Fortaleza, capital do estado. A ave também existe no Pará, Maranhão, Roraima ,Piauí, Pernambuco e Goiás. Ela corre risco de extinção em certas regiões.
Essa ave da famÃlia dos Psittacidae também é chamada de Perequitão Nordestino. Ela nede 30 cm de comprimento e pesa cerca de 130 g. Bela, tem a cabeça e partes inferiores de laranja, manto verde e peito avermelhado.
O Brasil tem animais que estão em risco - seja em regiões ou no país inteiro. A choquinha-de-Alagoas, uma ave que só existe na Mata Atlântica, pode desaparecer. Estudo publicado na Bird Conservation International mostra que atualmente existem apenas quatro indivíduos dessa espécie registrados no país.
Desde 2016, uma equipe da SAVE Brasil monitora a espécie na Estação Ecológica de Murici, em Alagoas, onde vivem as choquinhas remanescentes. A área de preservação, criada em 2001, é um refúgio de Mata Atlântica.
Os pesquisadores da SAVE Brasil lembram que outras espécies de aves que ocorriam apenas na região já foram extintas: limpa-folha-do-nordeste (foto), gritador-do-nordeste e caburé-de-pernambuco. Ambientalistas conseguiram salvar o mutum-de-alagoas em cativeiro (está extinto na natureza).
E o risco de extinção não atinge apenas as aves, mas animais de outras espécies também estão sumindo por causa da exploração ilegal. Veja alguns!
Ararinha Azul - Espécie endêmica do norte da Bahia, sofreu com a caça e com o corte indiscriminado de árvores da caatinga e chegou a ser considerada extinta em 2020. Mas em junho de 2022 oito aves dessa espécie foram trazidas da Alemanha para reintrodução no Brasil.
Ararajuba - Ave verde e amarela que só existe na Amazônia e entrou na lista das ameaçadas de extinção em 2016.
Ariranha - Mamífero do Pantanal, também é conhecido como lontra gigante e é caçado para obtenção da pele aveludada.
Lobo-Guará - Vive em savanas do centro-oeste do Brasil. Tem sofrido com a destruição do cerrado para ampliação da agricultura. É vítima de caça, atropelamento e doenças transmitidas por cães domésticos.
Pica-Pau Amarelo - Ave que só existe no litoral brasileiro, desde Alagoas até o Rio de Janeiro. Ameaçada pela destruição de seu habitat natural, com desmatamentos e queimadas.
Pica-Pau Cara de Canela - Ave que já foi comum no Paraná e em São Paulo, sofreu uma redução da população devido à caça, ao tráfico de animais e à destruição da Mata Atlântica.
Onça Pintada - Maior felino das Américas, essa espécie de onça é caçada por fazendeiros e sua pele tem grande valor no mercado mundial.
Sapo-Folha - Espécie da Serra do Timbó, na Bahia, tem apenas 4 cm e vem sendo afetada pelo desmatamento para cultivo de cacau e banana e também para criação de áreas de pastagem.
Muriqui-do-Norte - É o maior primata das Américas, chegando a pesar 15 kg. Só é encontrado na Mata Atlântica e sofre com o desmatamento e a caça.
Macaco-Prego Dourado - Natural da Mata Atlântica, habita unidades de conservação na Paraíba e no Rio Grande do Norte. E tem sido tratado por especialistas num grande esforço pela preservação da espécie.
Mico-Leão Dourado - Há décadas sofre ameaça de extinção e os poucos que ainda existem vivem em florestas do Rio de Janeiro. Projetos de conservação têm conseguido impedir o fim da espécie, com muito esforço.
Tatu-Bola - Animal da Caatinga, sua população foi reduzida em 45% em 20 anos. A caça e a degradação ao ambiente em que eles vivem são as causas do risco de extinção do animal, que vem sendo protegido por organizações não governamentais.
Jacaré do Papo Amarelo - Sua população tem se reduzido muito nos últimos anos devido às queimadas e à poluição das águas no Pantanal.
Boto Cor-de-Rosa - O maior golfinho de água doce vive na Amazônia e faz parte, inclusive, da cultura popular: o folclore de que se transforma em homem que atrai as mulheres. Tem sido vítima de pesca predatória.
Curimatã - É um dos peixes mais comuns para refeição no Brasil. Mas a pesca de rede faz com que esse animal de água doce corra risco de extinção.
Pacu - Outro peixe comum no prato dos brasileiros, é vítima de pesca em épocas inapropriadas, quando deveria ser protegido pelo defeso para garantia da reprodução.
Tartaruga Cabeçuda - Vive na costa brasileira, principalmente no EspÃrito Santo, Bahia, Sergipe e Rio de Janeiro. Bota os ovos no litoral e, muitas vezes, os ovos são destruÃdos nas praias, impedindo a reprodução.
Gato do Mato Pequeno - É menor do que os gatos domésticos: raramente passa de 50 cm de comprimento e pesa em média 2 kg. Natural do Norte e do Nordeste do Brasil, foi perdendo espaço com a ocupação de seu habitat por construções irregulares.