“A gente já pede à nutricionista para colocar as coisas que ele mais gosta”, declarou ao portal G1 Edgar Rodrigues, que coordena o lar para idosos onde vive João Marinho, em Apuiáres, no interior cearense.
O brasileiro foi reconhecido como homem mais velho do mundo pelo instituto de pesquisa voltado para a longevidade LongeviQuest — juntamente com o Guinness Book.
Natural de Maranguape, município da Região Metropolitana de Fortaleza, no Ceará, João Marinho assumiu a posição após o falecimento do britânico John Tinniswood (foto), que também tinha 112 anos e morreu no dia 25/11/24.
De acordo com a organização, Neto é o único homem ainda vivo nascido em 1912. Antes, João Neto já era considerado o homem mais velho do Brasil e da América Latina.
Segundo o ranking estabelecido pela LongeviQuest, outros dois brasileiros estão entre os cinco homens mais velhos do mundo no momento. Um deles é Josino Levino Ferreira (2º lugar), de 111 anos.
O outro é Primo Olivieri, que ocupa a 5ª colocação do ranking de longevidade, com 110 anos.
João Marinho Neto passou a infância ajudando o pai nas tarefas rurais, como cuidar do gado e colher frutas.
Durante essa época, mudou-se com a família para Apuiarés, no Ceará, onde reside até hoje na unidade de acolhimento Lar São Sebastião.
A cidade tem pouco mais de 14 mil habitantes e localizada na microrregião do Médio Curu, no Norte Cearense.
Ele vive no lar para idosos por conta de um problema de visão. Segundo a família, essa é a única questão de saúde do cearense.
“Ele mora lá e vive naturalmente bem, se alimenta bem, dorme bem, conversa, entende tudo, conhece todo mundo. Os filhos, ele conhece pela voz”, contou um dos filhos.
João era casado com Josefa Albano dos Santos, que morreu em 1994, quando tinha 74 anos.
Juntos, eles tiveram quatro filhos: Antônio, José, Fátima e Vanda — esta última já falecida. Tempos depois, ele teve mais três filhos com outra mulher.
Já John Tinniswood, britânico que morreu recentemente, era reconhecido como o homem mais velho desde 2020.
Nascido em Liverpool, ele vivia em uma casa de repouso e, segundo sua família, 'faleceu rodeado por música e carinho'.
Apaixonado pelo tradicional Liverpool FC, clube fundado 20 anos antes de seu nascimento, Tinniswood acompanhou todas as oito conquistas do time na Taça da Inglaterra e presenciou 17 dos 19 títulos da equipe na liga inglesa.
A partir de 2012, quando completou seu 100º aniversário, John Tinniswood passou a receber cartões de felicitação da rainha Elizabeth, que era 14 anos mais jovem que ele.
Durante sua longa vida, Tinniswood testemunhou as duas Guerras Mundiais e contribuiu ao trabalhar no setor administrativo do Corpo de Pagamento do Exército.
Além disso, desempenhou funções logísticas, como a de rastrear soldados desaparecidos e coordenar o fornecimento de alimentos.
Em nota, o Guinness Book lamentou a morte do britânico: 'Guinness World Records está entristecido em descobrir que John Tinniswood, o homem mais velho do mundo, morreu aos 112 anos'.