A suspeita é de que Antonio Lopes, de 73 anos, tenha sofrido um mal súbito durante um tratamento odontológico em clinica de Cuiabá, capital do Mato Grosso. “Precisamos aguardar o exame de necrópsia e o laudo para esclarecer o que de fato aconteceu”, declarou ao portal G1 Edison Pick, delegado da Polícia Civil.
Antonio era pecuarista e tinha quatro filhos. Ele fez uma aposta simples, de apenas R$ 5, e venceu o sorteio 2.795 da Mega-Sena, de 9 de novembro. O prêmio está na lista dos dez maiores da história da principal loteria brasileira considerados apenas os concursos regulares - não inclui a Mega da Virada.
O caso do idoso do Mato Grosso está sob investigação, mas a principal suspeita é mesmo que tenha sido um mal súbito. No entanto, ganhadores de prêmios milionários nas loterias devem guardar o dinheiro com atenção e muita discrição. Afinal, atrair a cobiça alheia pode ser um perigo. Veja a seguir pessoas que ganharam uma bolada e acabaram sendo vítimas de brigas judiciais, violência e, em alguns casos, até assssinato.
Jonas Lucas Alves Dias ganhou R$ 47,1 milhões em 2020, na Mega-Sena. Em setembro de 2022, ele foi encontrado morto, com sinais de tortura, às margens da Rodovia dos Bandeirantes, no interior de São Paulo.
A Polícia descobriu que o crime foi planejado, pois, antes do assassinato, houve tentativas de sacar altos valores em contas bancárias, mas sem sucesso. Jonas morreu após sair de casa para uma caminhada, em Hortolândia.
Em 2017, um morador do Rio de Janeiro ganhou cerca de R$ 100 milhões na Mega-Sena. O vencedor confiou e deu parte do dinheiro a um amigo, que iria administrar a fortuna. No entanto, essa pessoa gastou o dinheiro e causou prejuízo de R$ 20 milhões ao ganhador do prêmio.
Em 2006, Fábio Leão Barros, um vidraceiro e então menor de idade, ganhou na Mega-Sena e pediu para o pai, Francisco, administrar a fortuna. Quatro anos mais tarde, ele foi preso acusado de mandar matar o próprio filho.
O caso foi descoberto após a Polícia capturar os homens contratados para cometer o crime, em Mato Grosso. O jovem tinha ganhado R$ 28 milhões.
Reneé Senna tinha 54 anos e morava no Rio de Janeiro quando ganhou R$ 51,9 milhões, em julho de 2005. Ele era muito pobre e tinha as duas pernas amputadas, por causa das diabetes. Em janeiro de 2007, ele foi encontrado morto, a tiros.
Em um primeiro momento, a Justiça inocentou Adriana Silva, a viúva de Reneé. Mas, em um novo julgamento, em 2018, a condenou a 20 anos de cadeia. Ela alegou inocência.
Em 2011, o empresário Miguel Ferreira de Oliveira ganhou na Mega-Sena. Pouco depois, mudou-se de São Paulo para Campos Sales, no Ceará, em busca de uma vida discreta. Mas os moradores ficaram sabendo da sua fortuna e um deles o matou em 2018.
Um dos suspeitos do crime, Antônio dos Santos, foi preso em 2019. Solto tempos depois, foi assassinado também em Campos Sales.
Em Viamão (RS), um idoso de 71 anos ganhou R$ 10 milhões, mas viu o ex-sócio lhe dar um golpe e tirar tudo.
As autoridades recomendam que, ao ganhar na mega-sena ou qualquer outra loteria, não conte para ninguém e mantenha a sua vida normal, para não despertar desconfianças.
Há casos de premiações que vão parar na justiça. Em fevereiro de 2010, por exemplo, um grupo de 40 pessoas ganhou e iria dividir uma bolada de R$ 53 milhões. Cada um apostava numa combinação diferente, para aumentar as chances de vencerem. O que aconteceu.
No entanto, os números não foram registrados pela loteria e o grupo entrou na Justiça. O nome da loteria é Esquina da Sorte e o caso é famoso em Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul.
Em maio de 2022, um casal do Rio Grande do Sul tentou retirar um prêmio de R$ 29 milhões, apostados em 2014. No entanto, eles não conseguiram o dinheiro, pois a loteria diz que os números não estão legíveis.
O casal admitiu que se descuidou com o bilhete e o colocou na máquina de lavar, mas disse que estavam legíveis. O caso foi parar na Justiça.