Liderados por Ludwig Borchardt, os arqueólogos encontraram o ateliê do escultor Tutmés, responsável pela criação da escultura, que data de aproximadamente 1345 a.C.
Mas, afinal. Quem é Nefertiti? Fique conosco para saber a impressionante história desta Rainha, símbolo de beleza e poder, além dos mistérios envolvendo seu busto, encontrado há 112 anos.
Durante o reinado de Akhenaton, marido de Nefertiti, a rainha foi uma figura proeminente. Sua imagem esculpida, feita em calcário e pintada, com a coroa azul característica, rapidamente se tornou um ícone cultural.
Desde a sua chegada a Berlim, em 1922, a escultura tem gerado discussões sobre sua origem e a legalidade de sua posse.
A história do busto é marcada pela controvérsia em relação ao processo de sua transferência para a Alemanha. Apesar de alegações de que o busto foi adquirido legalmente, alguns especialistas e autoridades egípcias questionam a ética do procedimento.
Em 1913, o busto foi contrabandeado para fora do Egito sob a alegação de um acordo de divisão dos achados arqueológicos entre o Egito e os países envolvidos nas escavações.
No entanto, a falta de clareza sobre a transação e o contexto político da época, incluindo a administração do Egito pelo Império Britânico, alimenta a tese de que o artefato foi roubado.
Embora a Alemanha defenda que a escultura foi legalmente adquirida de acordo com as práticas da época, o Egito tem buscado a devolução do busto, assim como outros artefatos significativos, como a Pedra de Roseta e o Zodíaco de Dendera, atualmente mantidos em Londres e Paris, respectivamente.
Essas reivindicações de restituição estão ligadas a um movimento global mais amplo para a devolução de itens culturais saqueados durante períodos de colonização e exploração.
O busto de Nefertiti se destaca não apenas pela sua história polêmica, mas também por sua importância estética e histórica.
A escultura é um exemplo excepcional da arte do período amarniano, famosa por seu realismo e naturalismo, que rompem com as convenções estilísticas do Egito Antigo.
Sua representação suave e idealizada da rainha, com um olhar altivo e inacessível, reflete o poder e a beleza que Nefertiti ostentava em vida. Contudo, o busto também guarda mistérios, como o fato de um de seus olhos estar incompleto.
Embora a maioria dos registros sobre ela tenha desaparecido, acredita-se que Nefertiti tenha sido uma governante influente, possivelmente atuando como co-regente após a morte de seu marido, o faraó Akhenaton.
O desaparecimento de Nefertiti das crônicas históricas após esse período, aliado à falta de registros sobre sua morte, alimenta o mistério que a envolve.
A escultura de Nefertiti foi descoberta em condições notáveis de preservação, exceto por algumas imperfeições nos lóbulos das orelhas. O busto foi esculpido sobre uma base de calcário, coberta por estuque, com detalhes que capturam a beleza e a serenidade da rainha.
Seu rosto simétrico, maçãs do rosto proeminentes e olhos delicadamente delineados transmitem uma aparência de juventude e perfeição. A coroa azul que ela usa, símbolo da realeza, era um elemento comum na arte egípcia.
A falta de um olho no busto provavelmente tem mais a ver com o processo de criação da obra, que foi usado para produzir cópias da imagem de Nefertiti.
Embora a múmia de Nefertiti nunca tenha sido identificada, e os estudos para reconstruir seu rosto a partir da escultura sejam limitados, o busto continua sendo um dos artefatos mais importantes e discutidos da arqueologia egípcia.
A sua localização no Neues Museum em Berlim, um dos principais museus do mundo, não só atrai turistas, mas também simboliza o debate mais amplo sobre a posse de bens culturais do Egito e outros países colonizados.
As discussões sobre a restituição de artefatos culturais continuam a ganhar força em um contexto de crescente conscientização sobre a justiça histórica e o direito dos países de reaverem suas heranças culturais.
O busto de Nefertiti, portanto, não é apenas uma obra-prima da arte egípcia. É, também, um símbolo de questões éticas e políticas que cercam a arqueologia e a propriedade cultural no século XXI.