Trata-se do trem que virou hotel no Parque Nacional Kruger, em Skukuza. Uma iniciativa que está atraindo turistas pela curiosidade e pela beleza da paisagem.
O Parque Nacional Kruger é uma área protegida de fauna selvagem que cobre 20 mil km². Fica no Nordeste do país, nas províncias de Mpumalanga e Limpopo. É Patrimônio da Humanidade, título concedido pela Unesco.
O parque faz fronteira com os distritos de Moamba e Magude, em Moçambique. E, junto com o Parque Nacional Gonarezhou, no Zimbabue, e Parque Nacional do Limpopo, em Moçambique, forma um trio que é chamado de 'Parque Transfronteiriço do Grande Limpopo'.
Composto por 5 vagões sobre uma ponte, o hotel Kruger Shalati oferece 24 suítes modernas, com varandas e piscina.
A decoração nos quartos é no estilo art decó. A direção privilegiou tons neutros, pastel, em harmonia com a paisagem natural ao redor do trem.
De dentro dos quartos, os hóspedes têm uma vista da savana africana, bioma característico da região e composto por árvores pequenas, arbustos e gramíneas.
A cozinha do hotel tem funcionários que conhecem a culinária regional. O restaurante inclui no cardápio iguarias típicas da África, feitas à base de animais selvagens: carpaccio de crocodilo, carne de veado e gazela.
O lado exótico dessa hospedagem, além da forma do hotel em si, é a vista privilegiada que se tem dos quartos, das varandas e das piscinas.
Dali se avistam os chamados Big Five da África ('os cinco grandes'). São eles: elefantes, leões, leopardos, búfalos e rinocerontes. Animais que podem ser avistados das varandas das suítes para deleite dos hóspedes, que têm a chance de acompanhar na natureza africana em sua plenitude.
Além desses animais que são os mais referenciais na região, outros também são avistados, inclusive girafas, que passeiam pela savana, e hipopótamos, que se banham no rio abaixo da ponte.
A ponte fica sobre o rio Sabie, um afluente do rio Incomati que nasce na África do Sul e termina em Moçambique. Esse rio é apelidado de The Fearful One ('o que causa medo'), pois costumva encher e tem crocodilos ferozes. Mas também é um rio onde vivem belos pássaros.
A empresa Motsamayi Tourism Group, dona do hotel, explica que a ponte com o trem abandonado era usada desde os anos 1920 até a década de 60 para o transporte de pessoas no parque.
Mas os anos 1970 marcaram a construção de outra linha, causando a desativação da ponte Selati.
A empresa, então, providenciou a reforma dos vagões e planejou um hotel que fosse ao mesmo confortável e moderno, mas preservando a memória da relevância daquele cenário ao longo da história.
Outra providência foi instalar piscinas, já que a África é quente. E as piscinas tornam-se um atrativo a mais para o lazer e o conforto dos hóspedes.
A área de circulação dos hóspedes nos acessos ao hotel tem cerca eletrificada pela qual, portanto, nenhum animal passa. Uma segurança para quem está fazendo turismo em área selvagem.
O preço da hospedagem para quartos duplos sai a partir de 9.950 Rand (R$ 2.600) por pessoa a cada noite, com descontos para estadias mais longas.
As tarifas incluem todas as refeições, bebidas não-alcoólicas, dois safaris e transporte para o aeroporto.
A locomotiva a vapor Classe 24, que chegou a ser usada como vagão funerário para um ex-primeiro ministro sul-africano, ficou inutilizada após a transferência da linha, ganhou nova vida com a chegada dos turistas.
Além da permanência no trem-hotel, os hóspedes podem participar de safáris, um tipo de entretenimento comum nas áreas de selva da África.
O Parque Nacional Kruger permite a realização de safáris autonômos, mas a presença de um guia é fundamental para otimizar o tempo e saber a exata localização de animais, até com experiência sobre os melhores horários.