Neste domingo (08/12), a família do brasileiro concedeu uma entrevista ao Fantástico, da TV Globo, comentando a situação.
“Eu não desejo que nenhuma mãe nesse mundo venha sentir, venha passar, o que eu tenho passado nesses dez dias, que parece que é o infinito', desabafou a mãe do fotógrafo, Marta Maria de Castro.
'Eu preciso estar aqui de pé para receber meu filho de volta, porque ele é o meu mundo”, afirmou a auxiliar de enfermagem.
O último contato entre Marta com o filho ocorreu um dia antes do desaparecimento. A Interpol emitiu um alerta internacional para 196 países na tentativa de localizá-lo.
Segundo a investigação, Flávio teria caído na Ilha dos Cisnes, no Rio Sena, onde aguardou socorro por três horas antes de ser resgatado pelos bombeiros e levado ao hospital com suspeita de hipotermia.
Essa informação foi obtida a partir de uma troca de mensagens entre Flávio e o francês Alexandre Callet (foto), a última pessoa com quem o brasileiro fez contato antes de desaparecer.
'Os bombeiros disseram que tive sorte de estar vivo. Não consegui sair da água. Fiquei muito tempo lá. Eu bebi demais e fiz uma besteira enorme', disse Flávio para o francês.
Flávio desapareceu na mesma data em que deveria retornar ao Brasil, após passar quase um mês na França.
Em outra mensagem ao francês, ele escreveu que recebeu alta ao meio-dia, mesmo horário do seu voo para o Brasil. 'Fui na imobiliária que me alugou o apartamento pra pedir ajuda. Quero ficar pelo menos um dia a mais até conseguir um novo voo', disse.
Segundo a reportagem, Alexandre então disse que Flávio poderia ir para a casa dele, e o brasileiro respondeu: 'Não, não se preocupe, eu me viro'.
Depois de negociar com a imobiliária e conseguir outro apartamento, o brasileiro escreveu para Alex que iria tentar dormir pois 'estava exausto'.
Já no dia seguinte, o francês relata que tentou falar com Flávio, mas não teve mais resposta. Ele contou que foi até o apartamento, digitou a senha da fechadura, mas não conseguiu abrir.
'[...] Depois liguei pra imobiliária, e eles disseram: 'Olha, a gente não sabe onde ele tá. Mas um senhor que trabalha num restaurante atendeu o celular do Flávio'', contou Alex.
Após descobrir que o celular de Flávio foi encontrado por um funcionário de um restaurante às margens do Sena, próximo ao local da queda, Alex resolveu procurar a delegacia.
O protocolo para abertura de câmeras na França é bastante restrito, o que dificulta as investigações. A Polícia Federal brasileira acompanha o caso em Paris, mas as buscas seguem sem avanços até esta segunda-feira (09/12).
Flávio é natural de Candeias, município de cerca de 14 mil habitantes do centro-oeste de Minas Gerais.
Depois de um tempo, mudou-se para Belo Horizonte, onde cursou artes plásticas e se tornou fotógrafo.
A Ilha dos Cisnes, onde o brasileiro caiu na água, é uma pequena ilha artificial localizada no Rio Sena, que foi construída em 1827. Tem aproximadamente 850 metros de comprimento e apenas 11 metros de largura.
Conhecida como um local tranquilo e popular entre moradores e turistas para caminhadas e exercícios, a ilha serve como um quebra-mar para proteger o porto de Grenelle.
Apesar de índices de criminalidade menores que os de metrópoles brasileiras, Paris tem enfrentado problemas como furtos, roubos, golpes, tráfico humano e violência contra LGBTs.
Os ataques homofóbicos aumentaram 30% desde 2022, segundo o grupo SOS Homophobie.
Áreas como a 19º arrondissement são conhecidas pelo comércio de drogas, prostituição e circulação de gangues. O brasileiro estava hospedado na 13º arrondissement.