A pesquisa, intitulada “Revelando o repertório acústico das jiboias: assobios que se assemelham ao ruído branco e indicam uma identidade individual”, foi publicado na revista “Behavior”. O resultado foi obtido após análise da gravação dos assobios de seis jiboias nos estados do Rio de Janeiro, Ceará e Pernambuco, além de Brasília, no Distrito Federal.
Os pesquisadores desconfiam que o chiado seja uma forma de as jiboias intimidarem predadores, como aves e mamíferos. A análise indicou que a espécie produz de quatro a 12 assobios por minuto diante de situações ameaçadoras e cada uma tem características próprias.
“A gente identificou que cada indivíduo tem uma voz, quando fizemos a análise era similar a uma impressão digital, algo como a nossa voz humana. Foi um resultado surpreendente”, destacou Nathalie Citeli, doutora em zoologia que participou do estudo.
Em julho deste ano, uma jiboia de dois metros de comprimento assustou funcionários de uma fazenda no bairro Barão de Guandu, no Tinguá, na Baixada Fluminense. A cobra estava perto de um lago artificial e certamente saiu da Reserva Biológica do Tinguá, que fica nas proximidades.
A Guarda Ambiental de Nova Iguaçu enviou uma equipe para resgatar a serpente e levá-la de volta ao seu habitat natural. A entidade divulgou que os imóveis construídos na região, onde existe Mata Atlântica, estão sujeitos a receber animais silvestres. A cobra foi devolvida à natureza.
A jiboia é uma espécie de serpente encontrada nas Américas, África, Ásia, Europa e algumas ilhas do Oceano Pacífico. Portanto, bastante disseminada pelo mundo.
Diferentemente do que muitos pensam, as jiboias não são venenosas. Elas matam a presa por constrição, apertando com força. Os tamanhos de uma jiboia são muito variados, pois esta cobra tem 43 subespécies de diferentes características.
A cobra resgatada estava em boas condições. Se tivesse ferimentos, seria levada para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS). Neste caso, a ocorrência foi em fazenda e os funcionários conhecem as providências necessárias. Mas ultimamente as cobras têm surgido até mesmo em áreas urbanas pelo Brasil. Inclusive dentro das casas. Veja alguns casos recentes.
Neste mês de dezembro de 2024 uma cobra que os bombeiros chamaram de 'falsa coral' por não ter espécie definida apareceu no filtro de barro de uma casa em Goiânia (GO)
Em junho de 2023, uma cobra com veneno capaz de matar humanos foi capturada numa casa em São José, na Grande Florianópolis. Com 1,80 m, a serpente da espécie Jararacuçu estava no telhado e foi retirada por bombeiros.
Segunda maior espécie de cobra venenosa no Brasil, ele mede até 2,2m, atrás da Surucucu pico-de-jaca. Seu veneno pode causar insuficiência circulatória e respiratória, hemorragia cerebral e falência renal. Ela se espalha pelo Sul e Sudeste, além do Mato Grosso do Sul.
Em Nova Trento, na região metropolitana de Florianópolis (SC), um menino de 6 anos foi picado por uma Cobra-Coral Verdadeira, Ele foi mordido após movimentar uma caixa, perto de casa. E levado de helicóptero ao pronto-socorro.
A cobra-coral verdadeira é encontrada no Amapá, Pará, Amazonas, Roraima, Acre, Maranhão, Tocantins, Rondônia, Goiás, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Mato Grosso.
Essa cobra é considerada a mais venenosa do Brasil. Sua toxina ataca o sistema nervoso e se espalha rapidamente pelo corpo. O socorro tem que ser imediato.
Também em 2022, uma jararaca foi encontrada numa estufa no campus de Agronomia da Universidade Federal de Viçosa (MG). A cobra, uma das mais venenosas no Brasil, tinha 1,5 metro de comprimento, foi retirada por bombeiros e levada para uma mata nativa.
Em Cascavel, no Paraná, uma jararaca entrou no Centro de Educação Básica para Jovens e Adultos
Em Luziânia, no entorno do Distrito Federal, um filhote de jararaca entrou na máquina de lavar de uma casa e a moradora se assustou quando foi mexer nas roupas.
Em Belém, no Pará, uma sucuri apareceu no ralo do banheiro de uma casa. Um homem com luva e um pedaço de pau mexe na serpente, que vai embora pelo cano da residência.
Em Capelinha, no Vale do Jequitinhonha (MG), uma serpente de 1,5 metro da espécie caninana apareceu na área urbana, escondida num galpão de uma empresa de andaimes.
Em outubro de 2022, uma jiboia apareceu num apartamento em Santa Teresa, na Região Central do Rio de Janeiro.
Descobriu-se que o vizinho criava o animal, que tinha até nome: Sofia. Ele retirou a serpente de lá.
Existem cerca de 400 espécies de cobras no Brasil, sendo 63 peçonhentas. Com veneno ou não, elas são um dos animais que provocam mais medo nos seres humanos.