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Lenda ou instinto? Animais que 'preveem' o tempo


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flickr Anthony Quintano

Neste ano de 2024, o animal, apelidado de “Phil de Punxsutawney”, não viu sua própria sombra, indicando que a primavera chegaria sem problema. De acordo com a lenda, se a marmota visse a sua sombra, o inverno (que terminou em 19 de março nos Estados Unidos) continuaria no país.

flickr Anthony Quintano

No clássico filme “Feitiço do Tempo” (1993), protagonizado por Bill Murray, o “Dia da Marmota” é transformado em um loop temporal que faz o mesmo dia se repetir várias vezes.

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Esses casos de animais que preveem o tempo são baseados na Fenologia, que é o estudo dos eventos periódicos da vida dos organismos e como esses estes são influenciados pelas mudanças ambientais.

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Um exemplo é como os peixes ou pássaros que migram reagem à temperatura da água e do ar.

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“Muitos desses ditados realmente funcionam porque, de certa forma, capturam as relações entre as condições ambientais e a resposta das plantas”, disse Theresa Crimmins, diretora da Rede Nacional de Fenologia dos EUA.

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No passado, os nativos americanos observavam sinais na natureza, como o tamanho das folhas de carvalho, para determinar o momento certo de plantar milho.

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Um exemplo disso é o 'shadblow serviceberry', uma árvore pequena que cresce em partes do leste da América do Norte. Acredita-se que seu nome vem do fato de que ela floresce na mesma época em que os peixes-sombra começam a migrar nos rios.

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Os Lenape e outras tribos nativas americanas perceberam essa conexão há muito tempo e costumavam se preparar para pescar quando viam a árvore florescer.

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O â??The Old Farmer's Almanacâ? reuniu muitas lendas urbanas sobre como os animais podem prever o clima.

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Alguns desses ditados podem não ser muito precisos. Por exemplo, segundo o artigo, cães que comem grama provavelmente não são um indicador confiável de chuva.

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No entanto, já existem estudos que sugerem que alguns animais podem ter um instinto natural que os ajuda a detectar desastres iminentes.

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Por exemplo, uma pesquisa publicada em dezembro de 2014 na revista â??Current Biologyâ? descobriu que as toutinegras de asas douradas deixaram uma área do Tennessee mais de 24 horas antes de uma série de tornados devastadores atingir a região.

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Os pesquisadores sugeriram que as aves migratórias podem ter ouvido o infrassom, que são sons em frequências muito baixas para serem ouvidos pelos humanos, e interpretaram isso como um sinal de alerta.

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Na Alemanha, cientistas estudaram se animais poderiam detectar terremotos iminentes. Eles descobriram que várias espécies, como vacas, ovelhas e cães mostraram uma certa agitação até 20 horas antes de um terremoto.

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Há também estudiosos que dizem que os grilos podem ser usados como termômetros naturais. Eles são insetos que têm a temperatura do corpo influenciada pelo ambiente, além de fazerem mais barulho em dias mais quentes.

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Segundo observa a Administração Oceânica e Atmosférica Nacional (NOAA, na sigla em inglês), 'se você contar o número de sons de grilo em 15 segundos, adicionar 40, isso dará a temperatura em Fahrenheit'.

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Alguns cientistas também já relataram várias espécies de sapos que às vezes emitem uma vocalização distinta, uma espécie de “chamado de chuva”, momentos antes de chegar o tempo chuvoso.

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Por outro lado, há os mitos que já foram desmentidos, como a crença popular de que a lagarta conhecida como 'urso lanoso' pode prever o quão rigoroso será o inverno com base em suas faixas coloridas.

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Reza a lenda que quanto mais preto tiver na lagarta, mais rigoroso será o inverno. Na verdade, a cor da lagarta é determinada pelo tempo que ela passa se alimentando, sua idade e espécie.

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Ainda segundo Theresa Crimmins, a crise climática e a influência humana estão causando uma variedade de problemas ecológicos e isso tem alterado o comportamento animal.

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Os ursos, por exemplo, estão hibernando mais tarde e acordando mais cedo por causa do clima do planeta cada vez mais quente.

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