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Japão leiloa carne de baleia pela primeira vez após quase meio século


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Reprodução Youtube/Le Parisien

Em 2019, o país asiático deixou a Comissão Internacional de Baleia e voltou a permitir a caça comercial de baleias. Neste ano, a Agência de Pesca do Japão incluiu as baleias-comuns na lista de espécies com pesca autorizada. O governo japonês baseia a medida em pesquisas que apontaram a recuperação das populações da espécie no Pacífico Norte.

wikimedia commons Patrick Lyne

Em maio, o Japão ignorou ambientalistas e defensores dos animais ao lançar o maior navio 'caçador de baleias' do mundo.

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O Kangei Maru, como é chamado, custou em torno de US$ 48 milhões para ser construído.

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Suas dimensões são impressionantes: 112,6 metros de comprimento por 21 metros de largura, com quase 9.300 toneladas.

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O Kangei Maru veio para substituir um antigo navio-mãe que vinha sendo constantemente perseguido por ambientalistas que tentavam impedir a caça às baleias.

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O novo baleeiro partiu para sua primeira caçada no dia 21/05/24, do porto de Shimonoseki. Ele foi alvo de protestos de ambientalistas em escala internacional

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Segundo o governo japonês, o novo navio representa uma nova era para a indústria da caça, que é considerada parte da cultura do país.

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De acordo com Ryosuke Oba, gerente de um restaurante que utiliza carne de baleia, o navio possui uma instalação interna onde a carne é processada antes de ser refrigerada.

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'Este navio é como uma fábrica. Essa é sua característica mais atraente', comentou o gerente, em entrevista à AFP.

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O Japão vem sendo acusado de se aproveitar de uma brecha estabelecida pela Comissão Internacional da Baleia (CIB) de 2019 que permite caçadas com objetivos científicos.

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Além do Japão, atualmente apenas dois países persistem nessa atividade condenada por muitos. Noruega e Islândia ainda caçam baleias abertamente.

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A cultura da caça às baleias é tão forte no Japão que até crianças participaram da partida do Kangei Maru no porto de Shimonoseki segurando cartazes: 'Por favor, capturem grandes baleias! Por favor, retornem em segurança!'

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'Este é um novo navio para uma nova era, simbolizando o novo período de retomada da caça comercial de baleias', comemorou o presidente da empresa baleeira que construiu o baleeiro, Hideki Tokoro.

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Entre as espécies de baleias caçadas pelo Japão estão as baleias-minke, de Bryde e de sei.

Flickr Instituto Argonauta

A caça de baleias existe há séculos no Japão. Especificamente após a Segunda Guerra Mundial, a carne desse animal se tornou uma importante fonte de proteína para a população. Ainda hoje, ela é servida em almoços escolares na região de Shimonoseki.

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Mesmo com tanta tradição, o consumo de carne de baleia no Japão caiu muito nas últimas décadas, algo que o prefeito da cidade, Shintaro Maeda, quer mudar.

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'Nosso maior objetivo é aumentar a demanda pela carne de baleia e conscientizar o público sobre ela', disse ele, em entrevista à AFP.

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Vários grupos de ambientalistas são contra a prática da caça às baleias. 'A caça comercial de baleias no século 21 é injustificável. É uma prática desumana que existe puramente para o lucro de alguns', declarou recentemente a World Cetacean Alliance.

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“Os novos planos de caça às baleias-fin são extremamente preocupantes. Elas são a segunda maior espécie do planeta. A caça causa imenso sofrimento devido ao tamanho desses animais, sem mencionar o tempo significativo entre o primeiro arpão e a morte', afirmou Nicola Beynon, chefe de campanhas da Humane Society International (HSI) na Austrália.

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Segundo Tokoro, é improvável que o navio vá para a Antártida: 'Se o fizermos, seria quando o governo nos ordenasse a garantir uma fonte de proteína devido a uma crise, devido à fome. Nesse caso, estaríamos prontos para ir a qualquer momento.'

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