Vinicius de Moraes nasceu em 19 de outubro de 1913 no bairro do Jardim Botânico, mas logo nos primeiros anos mudou-se com a família para Botafogo.
Ainda na infância, o futuro “Poetinha” (apelido carinhoso que recebeu no meio artístico) já escrevia seus primeiros versos. Nos anos escolares, formou com colegas um conjunto musical para se apresentar em festas.
Em 1932, aos 18 anos, teve seu primeiro poema publicado na revista “A Ordem” e uma canção de sua autoria com os irmãos Haroldo e Paulo Tapajós, chamada “Loura e Morena”, foi gravada.
Na mesma década de 30, Vinicius de Moraes se consolidou como poeta ao publicar quatro livros e receber elogios de personagens importantes da literatura, como Mário de Andrade e Manuel Bandeira. O artista manteria amizade com diversos autores de renome, como Jorge Amado (foto).
“Soneto da Fidelidade” foi escrito nessa época, em 1939. Um dos poemas mais populares de Vinicius, ele termina com os célebres versos: “Que não seja imortal, posto que é chama. Mas que seja infinito enquanto dure”.
Nos anos 40, já consolidado na poesia e com trabalhos como jornalista e crítico de cinema, Vinicius de Moraes ingressou no Itamaraty, iniciando uma carreira diplomática que o levaria a viver em diversas cidades do exterior, como Los Angeles, Paris e Roma.
Na primeira metade da década de 50, escreveu a premiada peça de teatro “Orfeu da Conceição”, baseada no mito grego de Orfeu e Eurídice.
“Orfeu da Conceição” teve canções compostas por Vinicius de Moraes com Tom Jobim, o primeiro trabalho da parceria que mudaria para sempre a música brasileira. A peça foi adaptada por cinema pelo diretor francês Marcel Camus com o título “Orfeu Negro”, premiado com a Palma de Ouro em Cannes, em 1959, e o Oscar, em 1960.
Em 1958, é lançado o álbum “Canção do Amor Demais”, pelo selo Festa, com todas as faixas compostas pela dupla Vinicius e Tom. Na voz de Elizeth Cardoso e o violão de João Gilberto (foto) em duas músicas, incluindo “Chega de Saudade”, o disco é considerado um dos marcos da bossa nova.
No ano seguinte, com o lançamento do disco de estreia de João Gilberto, justamente intitulado “Chega de Saudade”, a bossa nova se consolida com o trio João, Vinicius e Tom.
Curiosamente, os três se apresentaram no palco juntos apenas uma vez. Com o conjunto vocal Os Cariocas, Vinicius, Tom e João cantaram no restaurante Au Bon Gourmet, em Copacabana, em agosto de 1962.
Nesse icônico show, Vinicius e Tom apresentaram a parceria “Garota de Ipanema”, a música brasileira mais gravada da história. A canção foi inspirada na ex-modelo Helô Pinheiro (foto).
Após as composições com Tom, Vinicius de Moraes formou outras parcerias célebres da música brasileira. Uma delas foi com o Baden Powell, um dos maiores violonistas do país, e que resultou nos denominados “afro-sambas”.
Com o também violonista Toquinho, o poeta firmou uma parceria de grande importância para o cancioneiro brasileiro. Ela durou de 1970 até a morte de Vinícius, uma década depois.
Toquinho e Vinicius gravaram mais de 20 discos juntos. São de autoria da dupla músicas que se tornaram clássicos da MPB, como “Regra Três”, “Carta ao Tom 74” e “Tarde em Itapuã”.
Edu Lobo, Francis Hime e Chico Buarque também estão na lista de grandes nomes que compuseram canções ao lado de Vinicius.
Vinicius de Moraes teve vida amorosa agitada, com nove casamentos. A primeira união foi com Tati de Moraes, que durou 11 anos e resultou em dois filhos - Suzana e Pedro -, e a última com Gilda Mattoso (foto).
Além de Suzana (foto) e Pedro, o “Poetinha” teve outros três filhos: Georgiana e Luciana, do relacionamento com Lila Bôscoli, e Maria Gurjão de Moraes, da união com a jornalista Cristina Gurjão.
Vinicius de Moraes morreu no dia 9 de julho de 1980, aos 66 anos de idade, em decorrência de um edema pulmonar.