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Autossuficiente e lagostas: conheça a ilha habitada mais remota do mundo


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Ele é um dos três constituintes do território ultramarino britânico de Santa Helena (onde Napoleão se exilou até a morte), Ascensão e Tristão da Cunha, sendo o lugar habitado mais remoto do mundo. Esse reconhecimento também está presente Guinness World Records, instituição que publica o Livro dos Recordes.

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Os únicos locais habitados em Tristan da Cunha são o pequeno povoado de Edimburgo dos Sete Mares, que se encontra localizado no noroeste da ilha, além da estação meteorológica da Ilha de Gonçalo Álvares (ou Ilha Gough).

Ron Van Oers/Wikimédia Commons

Cabe citar que o nome deste arquipélago foi atribuído ao explorador e comandante naval português Tristão da Cunha, justamente por ter sido descoberto por ele.

michael clarke /Wikimédia Commons

As Ilhas Inacessíveis e de Gough ficam no Oceano Atlântico, segundo o Smithsonian Institution, a cerca de 40 km, a Sudoeste do arquipélago de Tristão da Cunha.

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A região conta com um vulcão, que formou o local geologicamente em uma ilha de rochas vulcânicas a cerca de um milhão de anos atrás.

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Segundo dados oficiais da Unesco, a Ilha Inacessível e outras do arquipélago de Gough são algumas das mais intocáveis do mundo e possuem apenas 98 km².

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Afinal, é um local importante de preservação da fauna e da flora. Por lá, existe um grande número de espécies e de biodiversidade que distinguem o arquipélago de qualquer outro lugar do planeta.

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Os penhascos de rochas vulcânicas, imponentes acima do mar, se tornaram algumas das principais colônias de aves marinhas do mundo.

Flickr robsonc

Nesses locais, espécies como Albatrozes e Pinguins, se utilizam da vida marinha e da pouca ou nenhuma interferência humana para se reproduzir.

Ron Van Oers/Wikimédia Commons

De acordo com a Unesco, as Ilhas Inacessíveis e de Gough são pouco acessadas por estarem cercadas por mais de 12 milhas náuticas, a cerca de 22 km de área protegida pela Marinha.

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Elas também são rodeadas por mais de duas mil milhas náuticas, a mais de 3700 km de oceano aberto. Quem chega ao local, mesmo com todos esses obstáculos, encara um dos climas mais hostis do planeta.

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Tristão da Cunha, porém, tem um governo autônomo, que conta com departamento de preservação. Entretanto, divide os cuidados desse patrimônio da Unesco com o Reino Unido.

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No entanto, engana-se quem ache que não há moradores nas redondezas. A britânica Kelly Green, de 34 anos, trocou a agitação de Eastbourne, na Inglaterra, por uma vida tranquila em Tristan da Cunha.

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Ela é uma das 236 moradoras do local e sua paixão teve início quando, em 2012, visitou a ilha pela primeira vez. O intuito era passar seis semanas com a família depois que seu pai, um diplomata, assumiu um cargo no local.

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Por outro lado, segundo o tabloide britânico Daily Mail, durante a viagem, ela conheceu Shane, um morador local que a ajudou com a bagagem.

Reprodução de facebook

Dois anos depois, Kelly e Shane ainda mantinham contato. Ela, então, decidiu decidiu deixar sua carreira como comissária de bordo para se mudar definitivamente para a ilha.

Reprodução de facebook

“Minha vida toda foi marcada por mudanças. Isso facilitou a ideia de pegar minhas coisas e mudar para Tristan da Cunha”, contou Kelly ao Business Inside.

Reprodução de facebook

Chegar ao local é um desafio. Afinal, primeiro, é necessário voar para a Cidade do Cabo, na África do Sul e, depois, embarcar em um barco por sete a dez dias, cruzando 2.700 quilômetros de oceano.

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A ilha recebe apenas cerca de 10 embarcações por ano, cada uma com capacidade limitada para passageiros e possui uma estrutura limitada: apenas um correio, uma escola, um hospital, um café, um banco e um pub.

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Em 2013, Kelly se estabeleceu na ilha, onde Shane construiu uma casa. Atualmente, eles têm dois filhos (uma menina de 10 anos e um menino de 3).

michael clarke /Wikimédia Commons

A comunidade do local é autossuficiente, com os moradores cultivando seus próprios alimentos e criando animais, enquanto a lagosta é o principal produto de exportação e sustenta a economia local.

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Cada família é autorizada pelo governo britânico a ter gado, mas o número é controlado para evitar danos às pastagens. Mas com os frutos do mar, o assunto é diferente, já que a pesca tem enorme destaque por lá.

Steven Chown/Wikimédia Commons

“Aqui, não preciso me preocupar. Meu filho pode brincar no jardim enquanto estou em casa. Sempre tem alguém olhando pelas crianças”, afirmou Kelly.

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Mais do que isolamento, o local é um espaço de conexão com a natureza, simplicidade e uma comunidade que realmente cuida uns dos outros, segundo a visão de Kelly.

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