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Sensação no Natal e no Réveillon: origem da rabanada


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Tamorlan/wikimédia Commons

Sob o viés religioso, o prato surgiu de uma necessidade de reaproveitar o pão amanhecido, por ser considerado sagrado para os católicos e representar o corpo de Jesus Cristo.

Javier Lastras/wikimédia Commons

Justamente por essa representação do sagrado que trouxe a rabanada para as ceias natalinas em diversos locais do mundo. No Brasil, esse doce é presença garantida na maioria das mesas durante os festejos desse período e pode reaparecer também no réveillon.

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Por volta do ano 1300, o chef francês Guillaume Tirel apresentou uma receita de “tostées dorées” no Le Viandier, algo que se assemelha ao que conhecemos sobre esse prato tradicional.

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A rabanada aparece documentada no século XV, citado por Juan del Encina. Feita com mel e muitos ovos, aparece como prato indicado para a recuperação pós-partos. O primeiro registro do preparo, no entanto, foi feito nos manuscritos de Marcus Gavius Apicius, no Império Romano.

Imagem de Renato Fernandes por Pixabay

Rabanada é um doce de pão de trigo (pão-de-forma, baguete ou outro) em fatias que, depois de molhadas em leite, vinho ou calda de açúcar, são passadas por ovos e fritas ou assadas.

De forno - Rabanada, doce do Natal - Reprodução de Facebook

As rabanadas fazem parte de muitas mesas da consoada, em Portugal, e em várias ceias do Brasil. São servidas polvilhadas com açúcar de canela ou regadas com caldas, de açúcar, xarope de bordo, mel, vinho ou vinho do porto.

Reprodução de vídeo R7

Em outra época, a palavra 'rabanada' era apenas utilizada ao norte do rio Mondego e ao mesmo doce atribuía-se, a partir da margem sul do referido rio, o nome de fatia-dourada ou fatia-de-parida.

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Em outros países, são típicos nas celebrações espanholas da Quaresma e da Semana Santa, assim como em várias partes do México, tal qual Zacatecas.

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Além de Marcus Gavius, as primeiras receitas remontam ao livro de cozinha de Domingo Hernández de Maceras (1607) e 'Arte de cozina, pastelería, vizcochería y conservería' de Francisco Martínez Motiño (1611).

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A rabanada era, no início do século XX, muito comum nas tabernas de Madrid, capital da Espanha, e era servida com jarros de vinho ('razos').

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A associação das rabanadas à quaresma deve-se provavelmente à necessidade de aproveitar o pão, durante o tempo em que não se comia carne.

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Existem múltiplas variantes, começando pelo pão, que pode ser corrente ou preparado especialmente para as rabanadas. Atualmente, é muito habitual encontrar esta opção nas pastelarias que oferecem um pão enorme em forma de barra (pão de forma) feito com farinha refinada.

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Algumas receitas substituem o vinho por leite e outras molham as rabanadas só no mel quente. Com frequência, acompanha-se de canela e cravo da Índia, mas podem usar casca de limão ou de laranja ralada para aromatizar o leite.

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Algumas das variantes mais populares são as rabanadas tradicionais, as que levam vinho do porto, aquelas com calda e as de poveira.

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Recentemente, apareceram variedades veganas que substituem o leite de vaca por leite de soja e os ovos por farinhas de grão de bico, farinha de soja ou outras leguminosas.

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Na França, prepara-se com características similares o 'pain perdu' ('pão perdido'), não sendo frito em azeite abundante, mas sim em manteiga ou numa chapa.

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No Reino Unido e em países de língua inglesa, bem como no Japão, é conhecido como 'French toast'. Já em Portugal, as rabanadas são preparadas de forma muito similar às torrijas ou torradas da vizinha Espanha.

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Na Colômbia, Chile e Equador chamam-se 'tostadas francesas', enquanto na Guatemala, levam o nome de 'tostadas a la francesa'; Além disso, no norte do México, é intitulada de pan francés e na Argentina e Uruguai a umedecem com leite migas.

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No Brasil, o doce chegou trazido pelos portugueses e se consolidou, sobretudo nas festas natalinas. Por aqui, seu consumo é mais comum no Nordeste, até porque foi lá que as naus lusitanas aportaram primeiro em terras brasileiras.

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Como modo de preparo no Brasil, é mais comum molhar as fatias em uma mistura de leite e leite condensado, passar nos ovos batidos, depois fritar e polvilhar com açúcar e canela.

Reprodução de vídeo do Facebook Top cozinha

Além disso, as rabanadas podem ser recheadas com doce de leite ou creme de avelã. Para isso, é necessário fazer um pequeno furo na lateral de cada rodela de pão e inserir o recheio com um saco de confeiteiro.

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A rabanada salgada é uma versão diferente do doce tradicional. Por fim, o prato pode ser feito com pão amanhecido, leite, ovos, pimenta-do-reino, raspas de limão e bastante noz-moscada.

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