De acordo com informações da TV Globo, ele passaria por uma cirurgia, mas, segundo a Clínica São Vicente, teve complicações cardíacas durante a noite.
O velório acontecerá na manhã deste sábado (15/02) na Academia Brasileira de Letras (ABL). Depois, o corpo será cremado no Caju.
Nascido em Maceió, em 19 de maio de 1940, Carlos José Fontes Diegues se mudou para o Rio ainda criança, onde cresceu no bairro de Botafogo, na Zona Sul.
Como cineasta, Cacá Diegues foi um dos nomes mais importantes do Cinema Novo, movimento cinematográfico que ajudou a fundar ao lado de cineastas como Glauber Rocha e Leon Hirszman.
Ao longo de sua trajetória no cinema, Diegues dirigiu mais de 20 longas-metragens.
Alguns de seus filmes mais premiados incluem 'Xica da Silva' (1976), 'Bye Bye Brasil' (1980 - foto), 'Veja Esta Canção' (1994) e 'Tieta do Agreste' (1995).
Em 2003, dirigiu 'Deus é Brasileiro', com Antônio Fagundes e Wagner Moura.
'Joanna Francesa' (1973), 'Chuvas de Verão' (1978), 'Um Trem para as Estrelas' (1987), 'Orfeu' (1999), 'O Maior Amor do Mundo' (2005) e 'O Grande Circo Místico' (2018 - foto) são outros dos filmes que Diegues comandou.
Em 2012, o cineasta recebeu uma homenagem no Grande Prêmio de Cinema Brasileiro, realizado no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.
Em 2016, Diegues foi homenageado pela escola de samba Inocentes de Belford Roxo, que na época desfilava na Série A do Carnaval do Rio de Janeiro.
O enredo escolhido foi 'Cacá Diegues — Retratos de um Brasil em Cena', criado pelo carnavalesco Márcio Puluker.
Cacá desfilou no último carro, se emocionou e descreveu a apresentação como um “grande encontro familiar”.
Mais recentemente, em 2024, Diegues participou do desfile da Beija-Flor de Nilópolis, que homenageou Maceió, capital de Alagoas. Ele esteve no penúltimo carro.
Em 2018, o diretor foi eleito para ocupar a cadeira 7 da Academia Brasileira de Letras (ABL), um posto que havia sido deixado pelo cineasta Nelson Pereira dos Santos, que era seu amigo.
A cadeira 7 já teve como titulares personalidades ilustres, como o escritor Euclides da Cunha e Valentim Magalhães, fundador da ABL.
Em 2019, o cineasta enfrentou a perda da filha, Flora Diegues, de 34 anos, que lutava contra um câncer no cérebro há três anos.
Em sua última coluna publicada no jornal O Globo, publicada no dia 21/1, Diegues fez uma homenagem ao trabalho de Fernanda Torres no filme 'Ainda Estou Aqui', destacando uma frase dela: 'A vida vale a pena'.
'De todas as expressões de Fernanda Torres sobre seu trabalho como Eunice Paiva no grande sucesso do cinema brasileiro 'Ainda estou aqui', de Walter Salles, essa foi a que calou mais fundo no meu coração', afirmou o cineasta.
'A mensagem que fica é que a vida deve ser um palco para a expressão pessoal. Que cada um de nós encontre seu próprio caminho para fazer da vida uma honra', finalizou Diegues.