Esta é a quarta vez que o Brasil ocupa o posto, que é rotativo e tem duração de um ano. Em 2024, a presidência foi da Rússia.
A 17ª cúpula do Brics está marcada para o Rio de Janeiro, entre os dias 6 e 7 de julho. No ano passado, o evento aconteceu em Kazan, na Rússia, e em 2023, em Joanesburgo, na África do Sul Entenda a seguir o que é e como funciona o Brics.
O bloco foi fundado em 2006 como Bric, ainda sem a letra 's' no final, com quatro integrantes: Brasil, Rússia, Índia e China.
A palavra Bric, um acrônimo (cada letra é a inicial de um dos países, neste caso), foi criada por Jim O'Neil, que à época era economista-chefe do banco de investimentos Goldman Sachs.
O'Neil utilizou o termo para referir-se a economias com grande potencial de desenvolvimento no século 21.
Bric é uma palavra que no inglês tem o significado de 'tijolo', o que deu mais substância ao conceito por trás.
Em 2009, houve a primeira reunião de chefes de Estado do então Bric, a Cúpula de Ecaterimburgo, na Rússia.
Brasília, capital do Brasil, foi a sede do segundo encontro do grupo internacional, em 2010. Na época, Lula estava em seu segundo mandato.
Em 2011, a África do Sul aceitou o convite e aderiu ao bloco, que passou a ter a denominação que perdura até hoje: Brics.
Em 2014, o bloco inaugurou o Fundo de Reservas do Brics, voltado a socorrer os integrantes em períodos de crise. O montante inicial foi de US$ 100 bilhões (soma das contribuições de cada membro).
Em 2015, foi fundado o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), também conhecido como Banco do Brics.
O Banco do Brics tem por finalidade financiar projetos de infraestrutura e crescimento sustentável nos países-membros do bloco.
Indicada pelo governo Lula, a ex-presidente Dilma Rousseff assumiu o comando do banco dos Brics em abril de 2023 - o mandato termina em junho de 2025.
De acordo com o instituto de pesquisas do Reino Unido Acron Macro Consulting, o Brics detinha 31,5% do Produto Interno Bruto (PIB) mundial antes da incorporação de novos membros, em 2024.
O percentual é superior ao representado pelo G7 (30,7%), grupo de algumas das maiores economias do mundo (Estados Unidos, Japão, Alemanha, Reino Unido, França, Itália e Canadá).
O Brics não funciona como um bloco econômico, como Mercosul ou União Europeia, por exemplo. Não há mercado comum ou diretriz política unificada.
Os membros firmaram nos últimos anos acordos de cooperação setorial que alcançam diversas áreas, como ciência e tecnologia, energia, saúde e educação.
Em 2023, no dia final da 15ª Cúpula, em Joanesburgo, o Brics anunciou um processo de expansão do bloco. Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, Argentina, Egito, Irã e Etiópia foram convidados a se tornarem membros plenos a partir de 1º de janeiro de 2024.
Logo após assumir a presidência da Argentina, em dezembro de 2023, o direitista Javier Milei enviou carta à cúpula do bloco informando que o país não iria aderir ao grupo por diferenças ideológicas - Alberto Fernández, seu antecessor, era entusiasta da ideia. Dessa forma, o grupo passou a ter dez membros plenos no ano seguinte.
Segundo alguns analistas, China e Rússia trabalharam fortemente pelo crescimento do bloco como meio para reduzir o impacto do desgaste da relação com Estados Unidos e Europa ocidental devido a fatos como a Guerra da Ucrânia.