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ALESSANDRA ARAGÃO
Alessandra AragÃo
Comunicadora, trabalha com desenvolvimento humano, atuando em terapia sistêmica, mentoria positiva e coaching de vida e carreira
RE(INVENTE-SE)

Você está confortável ou simplesmente com medo de mudar?

Que tal começarmos a enxergar a "zona de desconforto" como o território onde o crescimento acontece?

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A “zona de conforto” é um conceito amplamente discutido quando falamos de desenvolvimento pessoal e profissional. Curiosamente, essa zona de confortável só tem mesmo o nome. Ela é aquele espaço onde nos sentimos seguros, com uma rotina previsível, sem grandes riscos ou desafios. Mas, com o tempo, o que parece proteção se transforma em estagnação, gerando insatisfação e um sentimento de vazio. A verdade é que permanecer nessa zona por muito tempo pode ser mais perigoso do que sair dela.

É aí que entra a provocação: que tal começarmos a enxergar a “zona de desconforto” como o território onde o crescimento acontece? Apesar de seu nome assustador, a zona de desconforto é um campo fértil para mudanças significativas, onde testamos nossas habilidades, aprendemos coisas novas e enfrentamos desafios que nos fortalecem.
 

Se olharmos para o processo de mudança, podemos dividi-lo em quatro etapas principais:
Zona de Conforto: representa o estado inicial, onde as coisas estão sob controle, mas também limitadas.

Zona de medo: o primeiro contato com o desconhecido gera ansiedade, dúvidas e até a famosa síndrome do impostor. Aqui, é comum surgirem pensamentos como “E se eu fracassar?” “Eu não vou dar conta”. “Eu não tenho capacidade”.

Zona de aprendizado: com persistência, avançamos para um espaço onde começamos a adquirir novas competências, resolver problemas e enxergar possibilidades antes invisíveis.
Zona de Crescimento: o objetivo final. Aqui, criamos novos hábitos, alcançamos metas e expandimos nossos horizontes.
 

 


Essa jornada, embora desafiadora, é essencial para quem deseja evoluir.
 
Sair da zona de conforto não é apenas uma decisão emocional, mas também um processo neurobiológico. Quando nos expomos a situações novas, nosso cérebro libera dopamina, o hormônio da recompensa, que nos estimula a buscar novas experiências. Além disso, a neuroplasticidade – a capacidade do cérebro de se reorganizar – é ativada, permitindo que formemos novas conexões neurais.

Por outro lado, é normal sentir resistência. O cérebro humano, projetado para poupar energia, prefere padrões já conhecidos, revelando um dos vários motivos pelos quais mudar parece tão difícil. Mas com consistência e pequenos passos, conseguimos reprogramar nossa mente para aceitar o novo como parte do processo.

Para encarar o desconforto, crie estratégias:

Estabeleça pequenas metas: divida grandes objetivos em passos menores e mais manejáveis. A constância é mais importante do que a velocidade.

Aceite o erro como parte do processo: o fracasso não é um sinal de incapacidade, mas de aprendizado. Thomas Edison, ao criar a lâmpada, afirmou: “Eu não falhei. Apenas descobri 10 mil maneiras que não funcionam”.

 
Adote o aprendizado contínuo: esteja sempre disposto a aprender algo novo, seja por meio de cursos, leituras ou experiências do dia a dia.

Pratique o desconforto controlado: faça pequenos experimentos que tirem você da rotina, como mudar o caminho para o trabalho ou experimentar um alimento novo.

A transição entre a zona de conforto e a zona de crescimento pode ser comparada a atravessar uma ponte que liga o conhecido ao desconhecido. Muitas vezes, é no desconforto que descobrimos nossa verdadeira força. Como escreveu Viktor Frankl, já citado nesta coluna: “Quando não somos mais capazes de mudar uma situação, somos desafiados a mudar a nós mesmos”.

Então, ao começar este novo ano, pergunte-se: Estou realmente confortável ou apenas com medo de mudar? Qual o ganho secundário que tenho permanecendo onde estou?

Todo grande avanço começa com um primeiro passo. Dê esse passo, mesmo que pequeno, e permita-se explorar a sua zona de desconforto – é lá que o seu melhor está esperando para ser descoberto.
 
 

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