Para valorizar e promover um produto com enorme potencial econômico e um dos principais símbolos gastronômicos e culturais de Minas Gerais, a 6ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas será realizado nesta semana, de quinta (13/06) a domingo (15/06), no Expominas, em Belo Horizonte. Para se ter uma ideia da importância do segmento, de acordo com dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), a comercialização dos queijos artesanais do estado movimenta cerca de R$ 6 bilhões anualmente no estado.
Para apresentar essas iguarias, reconhecer o trabalho dos produtores e estreitar laços dessa cadeia, a programação do festival inclui diversas atividades como seminários, oficinas, palestras, votação popular do melhor queijo, agenda de relacionamento e feira de produtos da agroindústria mineira.
“Há seis anos, o festival tem atraído a atenção de visitantes de todo o Brasil e até mesmo de outros países, interessados em conhecer a diversidade e a qualidade dos queijos artesanais produzidos em Minas Gerais. Mais que um evento gastronômico, também tem se tornado uma verdadeira vitrine para promover nossa cultura e nossas origens, gerando novas oportunidades de negócios e aumentando a renda de pequenos produtores mineiros”, afirma o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva.
Mais expositores
Neste ano, serão 40 expositores, o maior volume desde a primeira edição do evento. Entre eles, estão representantes de diversos segmentos como: azeites, mel, cachaças, doces, vinhos e cafés. Em 2023, mais de 21 mil pessoas passaram pelo festival, que comercializou cerca de quatro toneladas de queijo durante o evento.
“Além de apresentar a diversidade dos queijos artesanais de Minas para o grande público, a proposta do evento é valorizar e reconhecer os produtores dessa cadeia tão relevante econômica, social e culturalmente, destacando as regiões produtoras e incentivando novos negócios”, disse o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo.
Novos territórios
Uma novidade desse ano é a inclusão da Serra Geral, no Norte do estado, que produz diversos tipos de queijos e será representada pelos produtores do Queijo Minas Artesanal (QMA) da região. Somam-se a ela as 10 regiões tradicionais na produção desse tipo de queijo: Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro.
Essas localidades produzem o mesmo tipo de queijo, mas têm o seu "saber fazer" específico. Cada origem dá ao queijo uma identidade própria, de acordo com as características humanas, culturais e naturais do local onde é fabricado. Todos são produzidos a partir de leite de vaca cru, com leite procedente da mesma propriedade onde fica a queijaria.
Além do Queijo Minas Artesanal, o evento conta com mais dois tipos de queijos artesanais: Alagoa e Mantiqueira de Minas, totalizando 13 participantes.
A gastronomia em cena
O festival vai ter uma "Cozinha Show", fruto de uma parceria com o Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias (Inhac), escola assinada pelo chef mineiro Léo Paixão. Nessa área, o público poderá participar e acompanhar o processo de criação de diversos pratos feitos pelos professores da entidade.
A proposta principal é a elaboração de pratos à base de itens artesanais de Minas. Além do queijo, estrela do festival, também serão utilizados outros produtos mineiros, como azeites, vinhos, mel, cachaças e doces.
E os adultos não serão os únicos a aproveitar essa oportunidade. Além do festival contar com um ‘Espaço kids’, reservado para as crianças, a ‘Cozinha Show’ também terá atividades para o público infantil.
Agenda de relacionamentos
Além de apresentar e comercializar diversos queijos mineiros, o festival também é uma oportunidade para os participantes fazerem novas parcerias comerciais. Para fomentar essa frente, o Sebrae Minas vai promover a Agenda de Relacionamento, com o objetivo de aproximar produtores de queijos e da agroindústria mineira com compradores de todo o país, entre eles: supermercadistas, empórios, mercadinhos e lojas de alimentos.
“A Agenda de Relacionamento reúne, em um só lugar, produtores e comerciantes, com o objetivo de promover a troca de experiência entre os participantes e criar uma rede de contatos para estimular a geração de novos negócios e a promoção de produtos com origem, qualidade e muita mineiridade”, explica Marcelo de Souza e Silva.
Espaço para as oficinas
Em relação às oficinas, durante o evento, o público poderá participar de diversas abordagens como harmonização de queijos com bebidas e outros alimentos, técnicas de conservação e características dos queijos de cada região.
Serão oferecidas oficinas de harmonização de queijos com cachaças, mel, vinho e cervejas artesanais, além da oficina “Queijo e Cultura”, que proporciona aulas práticas de gastronomia, com o Instituto de Hospitalidade e Artes Culinárias (Inhac) e a degustação de queijos artesanais com o Centro de Referência do Queijo Artesanal.
Coordenada pelo chef de cozinha, professor e condutor de experiências gastronômicas do Inhac, Paulo Turziani, e pelo consultor Elmer de Almeida, especialista em queijos artesanais de Minas, a oficina “Queijo e Cultura” também pode ser feita na modalidade “cozinhando em família”, numa experiência que une cozinha, afeto e informação.
Programação
A participação nas oficinas deve ser agendada por meio do site do Festival. A entrada no evento é gratuita, mas a participação está sujeita à disponibilidade de vagas oferecidas.
13 de junho (quinta-feira)
13h às 15h e 15h às 17h: Oficina Queijo e cultura (gratuita)
17h às 19h: Oficinas de harmonização de queijo com mel (gratuita)
20h às 21h: Oficina de harmonização de queijo com cachaça mineira (R$ 60)
14 de junho (sexta-feira)
17 às 19h e 20h às 22h: Oficina de Queijo e Cultura (gratuita)
19h às 20h: Oficina de harmonização de queijo com vinho mineiro (R$ 60)
15 de junho (sábado)
10h às 12h e 15h às 17h: Cozinhando em família - pais e filhos cozinhando junto com o chef do Inhac (gratuita)
17h às 18h:Oficina de harmonização de queijo cerveja artesanal (R$ 60)
18h às 19h: Oficina de harmonização de queijo vinho mineiro (R$ 60)
Pratos especiais: salgados e doces
No evento, vão ser comercializados pratos preparados com queijos de 13 regiões produtoras de Minas Gerais. Vão custar entre R$ 20 e R$ 40.
Está confirmada a participação de 10 chefs atendidos pelo "Prepara Gastronomia". Entre eles: Mari Lucas (Santa Cecília), Maria Deciola (Cia do Aipim), Naiara Faria (La Palma), Maíra Marcolino (Soul Jazz Burger), além de Eduardo Maya (Pitza).
Já os pratos doces serão oferecidos por representantes dos seguintes estabelecimentos: Cris Marques Doces Finos, Lili Poc Pipocas Gourmet, Tem Bombom, Lanches Rodrigues e Lanches Família Simão.
O chef curador do evento é o Renato Lobato. Ele é formado pela Faculdade Estácio e Senac, onde é professor do curso de gastronomia. É tricampeão brasileiro no concurso Panconfest, que ocorre em São Paulo. E é especialista em confeitaria, panificação e cozinha regional.
Participação das mulheres
O "Seminário Técnico do Queijo Artesanal" é outra iniciativa desta edição. O objetivo é oferecer capacitação técnica tanto para produtores quanto técnicos das instituições que atuam junto ao produtor, como o próprio Sebrae, o Sistema Faemg Senar, Ministério da Agricultura, Secretaria de Estado da Agricultura, IMA, Emater, Epamig, entre outras.
Uma das pautas técnicas deste ano, encabeçada pelo Sistema Faemg Senar, será o ‘Encontro das Mulheres do Queijo’ - incluindo produtoras, técnicas, pesquisadoras ou outras atuantes nessa área. O foco será valorizar e reconhecer a importância do empreendedorismo feminino nessa cadeia.
“A mulher sempre esteve presente na cadeia do queijo, mas, muitas vezes, a sua atuação fica escondida. Precisamos promover o reconhecimento do papel ativo que elas desempenham nas várias etapas do processo produtivo”, observou a gerente da Mulher, do Jovem e de Inovação do Sistema Faemg Senar, Silvana Novais.
Eleição do queijo do festival
O público também terá grande responsabilidade. Mais uma vez, cada uma das 13 regiões participantes vai indicar um queijo específico para degustação geral do público. Dessa forma, por meio de votação popular, será eleito o melhor queijo do festival.
Patrimônio imaterial do Brasil
Tombado como patrimônio imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), o Queijo Minas Artesanal (QMA) é um produto que carrega em seu processo de fabricação uma técnica histórica, que remonta ao tempo dos colonizadores.
É um queijo feito a partir de leite cru, em pequenas propriedades rurais, utilizando receitas tradicionais e familiares, passadas com carinho de geração em geração, que preservam a identidade cultural do povo mineiro.
As 15 regiões caracterizadas oficialmente como tradicionais produtoras de queijos artesanais têm cerca de 4.300 famílias que vivem desse negócio. Esse levantamento leva em conta produtores do Queijo Minas Artesanal e de outros tipos de queijos artesanais, como o requeijão moreno e queijo cabacinha.
- 10 regiões de Queijo Minas Artesanal (QMA): Araxá, Campo das Vertentes, Canastra, Cerrado, Diamantina, Entre Serras da Piedade ao Caraça, Serra do Salitre, Serras da Ibitipoca, Serro e Triângulo Mineiro.
- 5 regiões de outros Queijos Artesanais: Alagoa, Jequitinhonha (Cabacinha), Mantiqueira de Minas, Serra Geral e Suaçuí.
O sabor dos queijos artesanais varia de acordo com a região onde é produzido, sendo influenciado pela altitude, pelas características do solo, pelo clima da localidade, pelo tipo de vegetação, pela água, entre outros fatores que propiciam sabores únicos aos queijos de cada parte do estado.
Serviço
- Evento: 6ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas
- Local: Expominas (Avenida Amazonas, 6020 - Gameleira, Belo Horizonte)
- Data: 13/06, das 12h às 22h; 14/06, das 12h às 22h; 15/06, das 10h às 22h
- Entrada gratuita: ingressos pelo site do Festival. Menores de 12 anos entram sem inscrição. Idosos também precisam fazer o credenciamento.
- Evento Pet Friendly