No carnaval desse ano, A Equilibrista lançou o Venm, que é de tangerina, capim limão, manjericão e gim, em parceria com a Laüt Beer -  (crédito: Victoria Mourão/Divulgação)

No carnaval desse ano, A Equilibrista lançou o Venm, que é de tangerina, capim limão, manjericão e gim, em parceria com a Laüt Beer

crédito: Victoria Mourão/Divulgação

 

Belo Horizonte já está sendo, carinhosamente, denominada como a capital dos drinques prontos. É o que revela Sthella Lima, sócia e fundadora da Xá de Cana, empresa mineira de bebida mista que leva cachaça. “A cidade tem abraçado de forma gentil essa ideia. O motivo para isso foi que as bebidas prontas têm ofertado qualidade e economia, tanto financeira, quanto de tempo. É fácil, basta abrir e tomar.”
 
 
A Xá de Cana leva apenas três ingredientes: cachaça, caldo de cana e limão, possuindo um teor alcoólico de 7,9%. “Devido à complexidade em trabalhar com a cana de açúcar, a Xá de Cana é o primeiro drinque pronto com esse produto no Brasil”, conta.
 

Tudo começou com uma bicicleta e um sonho, relembra Sthella, que é formada em administração e ciências contábeis. "A ideia inicial era vender caipirinha de limão em uma bike nas areias de Vila Velha, em 2021, mas o modelo de negócio não estava conforme desejado.”
 
 
A Xá de Cana leva apenas três ingredientes: cachaça, caldo de cana e limão, possuindo um teor alcoólico de 7,9%

A Xá de Cana leva apenas três ingredientes: cachaça, caldo de cana e limão, possuindo um teor alcoólico de 7,9%

Lucas Cancela/Divulgação
 

Quando surgiu a ideia de fazer uma releitura da caipirinha com o caldo de cana, “foi como juntar a fome com a vontade de comer”, como diz Sthella. Depois de muito estudo para desenvolvimento da fórmula, a empresa descobriu seu lugar de nascimento na cidade de Belo Horizonte, com início em dezembro de 2023.
 
 
Sthella não consegue enxergar desvantagens para o consumidor no que tange ao drinque pronto: “É de difícil falsificação, pois está em uma lata, e o consumidor consegue saber exatamente o que está sendo ingerido”, pontua.

Ingredientes naturais



Pensando na acessibilidade nos preços, Sthella explica: “Utilizamos ingredientes naturais, como o caldo de cana e o suco de limão, para elevar o nível do drinque e trazer algo com mais sabor, o que reflete na complexidade de produção e no custo do produto vendido.”
 
 


Para ela, o grande desafio é informar ao consumidor a relevância e os benefícios do consumo de uma bebida de qualidade e o que tem por trás de todo o processo, uma vez que a Xá de Cana traz um novo conceito para a cachaça.

 

No ritmo do carnaval



“Não tem como a gente falar da ascensão dos drinques em lata sem falar do carnaval de Belo Horizonte!”, garante Guilherme Drager, sócio da marca A Equilibrista. “O uso da cidade, dos espaços urbanos para o entretenimento, começou a aumentar por conta do carnaval. Além de termos um melhor aproveitamento da cidade, começamos a perceber uma alta de consumo de gim e destilados em relação à cerveja, que ainda é a bebida alcoólica mais consumida do Brasil.”
 
 
Em 2015, A Equilibrista surgiu inicialmente com o Gingibre, feito de gengibre, limão e gim

Em 2015, A Equilibrista surgiu inicialmente com o Gingibre, feito de gengibre, limão e gim

Victoria Mourão/Divulgação
 
 
 
Com cada vez mais as pessoas usando o espaço urbano em eventos diurnos, novas formas de consumir álcool nas ruas também surgiram, já que elas não queriam mais se restringir apenas a cerveja e as bebidas feitas pelas grandes marcas.
 

Em 2015, A Equilibrista surgiu inicialmente com o Gingibre, feito de gengibre, limão e gim, e, há dois anos, lançou a Rubra, um drinque soft bitter que leva raízes amargas, ervas e laranja. “No carnaval desse ano, nós lançamos também o Venm, que é de tangerina, capim limão, manjericão e gim, em parceria com a Laüt Beer, uma das maiores cervejarias artesanais do país”, conta Guilherme.
 

Onda fit  



Uma das causas do crescimento das bebidas prontas em lata também é a onda fit em que as pessoas passaram a procurar drinques menos calóricos. “A galera começou a entender que, além de refrescantes, eles davam menos vontade de ir ao banheiro do que a cerveja, sendo mais confortável enquanto público de um evento de rua, além de conseguir consumir uma bebida com o teor alcoólico um pouco menor e com menos calorias do que uma cerveja”, explica.
 
 


Guilherme esclarece as vantagens do uso da lata, tanto para a indústria quanto para o consumidor: “Uma das maiores taxas de reciclagem que nós temos no país é das latas de alumínio, então optamos por não usar vidro nem plástico desde o início para esse reaproveitamento. Além disso, a lata preserva melhor do que o plástico e ajuda na questão logística e de distribuição, já que é mais fácil e seguro enviar latas para qualquer lugar do mundo do que garrafas de vidro, por exemplo”.
 

Padrão na lata



Pensando na praticidade, as bebidas prontas podem ser uma solução para bares que se veem com uma fila de espera alta nos momentos de pico, já que facilita no momento de servir os clientes. “Fora que deixa padronizado, o primeiro e o último drinque que a pessoa tomar vão ser iguais”, reflete Drager.
 
 
Há dois anos, A Equilibrista fabrica a Rubra, um drinque soft bitter que leva raízes amargas, ervas e laranja

Há dois anos, A Equilibrista fabrica a Rubra, um drinque soft bitter que leva raízes amargas, ervas e laranja

Victoria Mourão/Divulgação
 
 

A empresa já está se preparando para lançar algumas novidades para o carnaval: a primeira delas é o Veneta, que já está na fase de testes e consiste em um drinque de frutas vermelhas, vodca e hortelã. O sócio adianta: “Temos mais uma ou duas receitas que, por enquanto, ainda são segredo, mas devemos lançar até o carnaval também.”

 

Tendência internacional



A Lambe Lambe faz parte do time de bebidas mistas mineiras enlatadas desde 2020. Kalinka Campos, sócia-diretora da empresa, conta que, desde a sua fundação, a Lambe está de olho nas tendências desse mercado internacionalmente.
 
 
A Lambe Lambe se consolidou por fazer as bebidas sem produtos químicos/artificiais e com todos os insumos naturais

A Lambe Lambe se consolidou por fazer as bebidas sem produtos químicos/artificiais e com todos os insumos naturais

Victor Schwaner/Divulgação
 
 
 

“Alguns aspectos foram observados, como o gargalo de drinques em eventos de grande público, a qualidade de insumos desse tipo de bebida já disponíveis no mercado, o potencial de ‘drinkabilidade’ (capacidade/facilidade de consumo da mesma bebida em uma noite) e outros detalhes”, relata.  


Os sócios desenvolvedores da marca, Edson Segundo e Peter Thomas, ambos mestres cervejeiros, conheceram a categoria ‘Hard Seltzer’ no exterior, tipo que se tornou uma febre. Eles enxergaram imenso potencial para a categoria no Brasil.
 
 


Logo nos primeiros testes da Lambe Lambe, algumas adaptações foram feitas para adequar o drinque ao paladar nacional. “Somos um dos países que mais exporta frutas para o restante do mundo, temos o hábito de consumir frutas diariamente e entendemos que o sabor da fruta in natura é muito superior a qualquer saborizante, além de agregar qualidade e valor ao produto. A marca se orgulha em ter gosto de Brasil!”, comenta Kalinka.
 

Estoque de pitaya  



Dessa forma, a empresa se consolidou por fazer as bebidas 100% de forma natural, sem produtos químicos/artificiais e com todos os insumos naturais. Um exemplo disso é o sabor de pitaya, maracujá e alecrim, que gera uma reserva de polpa de pitaya anual feita nas safras e deslocada por avião até BH de Belém do Pará. “Valorizamos muito os pequenos produtores e fornecedores locais”, a sócia esclarece.
 
 


A Lambe chegou direto nas prateleiras, pois nasceu no início da pandemia. Mas foi no bar próprio que a cultura de consumo se estabeleceu com consistência. “Além disso, os bares funcionam como laboratórios, onde testamos nossos sabores já produzidos com o público”. Kalinka deixa claro que o recente processo de envase é resultado de uma construção feita com os consumidores, que elegeram os sabores campeões de venda que ganharam uma versão em lata.


Além da otimização de tempo de bar, o formato em lata garante um teto máximo de valor para o produto, oferecendo uma previsibilidade de mercado ao consumidor final e principalmente a mobilidade de poder beber o drinque em qualquer lugar. “A diversidade de sabores em lata consegue abraçar os mais diversos recortes, financeiros, etários e de gênero, fatores considerados em pesquisas de mercado”, completa.
 
 

Serviço

 
 
Xá de Cana
(31) 99868-8271
  
A Equilibrista
(31) 98478-4446
@dapraequilibrar

Lambe Lambe
@bebalambelambe
Fermentaria Lambe Lambe
Rua Sergipe, 1437, Savassi
Avenida Olegário Maciel, 742 – 2º andar (Mercado Novo), Centro
Avenida Amazonas, 1049 – loja 58, Centro
Rua São Francisco de Paula, 86A, Centro – Tiradentes
 
 
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino