Torre de quibe é a especialidade do Abbas Empório Árabe -  (crédito: Abbas Empório Árabe/Divulgação)

Torre de quibe é a especialidade do Abbas Empório Árabe

crédito: Abbas Empório Árabe/Divulgação

 

Zaatar, hortelã, tomilho, pimenta síria e tahine. Esses são alguns dos temperos utilizados na gastronomia árabe que, aliados a alimentos frescos, carnes e grãos, compõem refeições saudáveis e cheias de sabor. Sanduíches, pastas e saladas são alguns dos pratos que carregam cultura, tradição e especiarias do Oriente Médio. Conheça sete endereços – seis em Belo Horizonte e um em Brumadinho – para degustar todos esses sabores.

 

Pita


“Tudo começou quase sem querer”. É assim que a dona do bar Pita, inaugurado em dezembro, no Bairro São Pedro, conta como começou o projeto. Inspirada por referências de viagens, Barbara Dutra decidiu criar um lugar descomplicado, mas “com alma”. A fotógrafa, que já teve outros negócios, considera o estabelecimento como um bom lugar para as pessoas se sentirem em casa, o que combina com a culinária árabe.

 

Quem dá nome ao novo bar de BH é o pão pita, servido com várias pastas

Quem dá nome ao novo bar de BH é o pão pita, servido com várias pastas

Pita/Divulgação
 


Entre os destaques do menu, estão as pastas, como coalhada, babaganoush e homus, e salgados como kafta, quibe e pão pita artesanal, que dá nome ao bar, feito apenas com farinha, água e fermento. De acordo com Barbara, o carro-chefe é a coalhada. A receita é de uma amiga da família e o preparo, 100% artesanal, leva quatro dias, utilizando apenas leite sem conservante e a isca da própria coalhada.


“Escolhi a cozinha do Oriente Médio porque, para mim, ela tem tudo a ver com essa proposta: é leve, cheia de sabor e perfeita para compartilhar com outras pessoas. Não é um restaurante sofisticado, mas também não é só um bar. É aquele meio-termo que combina o melhor dos dois mundos. Um lugar para curtir sem pressa, sem frescura. Porque, no fim das contas, é isso que todo mundo está buscando, não é mesmo?”, disse a dona do Pita.

 


Embora o espaço seja pequeno, comportando entre 25 e 30 pessoas, segue a proposta de ser intimista e sem tumulto, ideal para uma experiência diferenciada. O ambiente é considerado pelos clientes descolado e charmoso. Já a comida impressiona pela simplicidade e pela combinação de sabores que foge do óbvio. A casa ainda conta com delivery e trabalha com encomendas para datas especiais.

 

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Ali Ba Bar


Um tradicional boteco belo-horizontino que une as boas porções típicas mineiras, como torresmo e batata frita, com a clássica comida árabe em um local descontraído e pronto para receber um público diverso na Região Centro-Sul da capital mineira. O dono do Ali Ba Bar, José Venceslau, conta como foi assumir a casa, que já soma 60 anos na cidade.

 

Entre as especialidades árabes do Ali Ba Bar, está o quibe frito com limão

Entre as especialidades árabes do Ali Ba Bar, está o quibe frito com limão

Ali Ba Bar/Divulgação
 


“Assumi o Ali Ba Bar em 2009 e antes já tinha ficado à frente de outros restaurantes. Na época, era apenas uma esquina e eu mexia com comida mineira, então a mantive no cardápio sem tirar o foco da especialidade, que é comida árabe e o que interessa o público”, diz.


Segundo José, o bar conta com um público fiel, sendo que alguns são frequentadores há mais de 40 anos. Um grande sucesso para consumir a partir das 10h é a xuranha. O bolinho de carne temperado com especiarias árabes e recheado com queijo ganhou esse apelido dos clientes. O quibe frito com limão é outra especialidade da casa.

 


Bar do Toninho Árabe


O discreto e tradicional Bar do Toninho Árabe, localizado no Bairro Serra, soma quase 70 anos de tradição e clientela em Belo Horizonte. Aberto em 1958, carrega a história síria, origem da família Auad. Atualmente, Daniel Auad é quem toma conta do negócio, que foi passado de geração em geração e deve continuar na família por muito tempo, conforme o dono.

 

'Tudo é feito com muito carinho', diz Daniel Auad, à frente de bar que já soma quase 70 anos

'Tudo é feito com muito carinho', diz Daniel Auad, à frente de bar que já soma quase 70 anos

Marcus Vinícius/Acervo Belotur/Divulgação
 


“Trabalho desde os 14 anos no bar. Aprendi com a minha avó, minha mãe e minha tia e, desde então, venho cozinhando. A culinária árabe cresceu muito em BH, mas antigamente era só a gente que fazia”, relembra Daniel, que comanda a cozinha com a ajuda de sua irmã, Luciana.


O cardápio é enxuto e consolidado. As comidas, sempre frescas, são preparadas no dia, utilizando insumos comprados, em sua maioria, nos comércios do bairro. Além dos temperos que a avó de Daniel já usava e o ensinou a usar, ele criou outras combinações para utilizar nas receitas. Os pratos mais pedidos são coalhada seca, homus e quibe cru.


“Nasci nesse meio, nessa cozinha muito farta. Em todo almoço na casa da minha família, a mesa era cheia de comida. Era muito bom. Uma culinária boa tanto de fazer quanto de comer, com temperos um pouco mais fortes, mas que é muito boa”, conta.

 


Segundo o dono, ter uma clientela assídua no bar se deve muito à qualidade da comida e ao atendimento que os funcionários proporcionam. “Tudo é feito com muito carinho. É uma convicção nossa. A gente zela muito pela qualidade do produto, então, às vezes as pessoas reclamam preço com a gente, mas não tem como não aumentar para manter a qualidade”, diz.

 

Abbas Empório Árabe


Filho de libaneses que migraram para o Brasil, Mohamad Fadel Abbas sempre observou a cozinha da mãe e a considerou a melhor do mundo. Foi inspirado na culinária da família que o cozinheiro decidiu empreender no ramo e entregar a legítima gastronomia árabe. 


Com foco em delivery, o restaurante entrega aquilo que o dono considera como “comida árabe comercial”, pois, segundo ele, caso reproduzisse fielmente as receitas tradicionais, poucos comeriam. De acordo com Abbas, a comida do restaurante é a melhor do país, feita com ingredientes selecionados. A casa também conta com um espaço para até quatro pessoas que desejam consumir um lanche rápido.


“Os clientes dizem que nunca comeram uma comida árabe tão gostosa. Temos clientes de várias partes do Brasil e um dia escutamos de um casal paulista: ‘Em São Paulo, encontramos shawarma muito mais barato, mas nunca comemos um tão gostoso’”, relembra Mohamad.


O cardápio conta com pastas que são produzidas diariamente, como quibe cru, coalhada, grão-de-bico, babaganush e pasta de alho, mas o carro-chefe é o shawarma, um sanduíche de pão árabe com alcatra, tomate, cebola, pepino em conserva e a famosa pasta de alho.


Outra especialidade da casa é a famosa torre de quibe, uma combinação de quibe cru, tabule, coalhada e kafta, montada em discos que formam uma torre. O Abbas foi o primeiro restaurante da capital mineira a incluir o prato no menu.

 

Síria Gourmet


O negócio de família, que começou como um sonho, a partir da vontade e necessidade de crescer, tornou-se um grande nome da cena gastronômica árabe na capital mineira. Os irmãos sírios Mario e Youssef Alaji dirigem o Síria Gourmet, no Centro de BH, especializado em comida árabe.

 

Dois irmãos sírios servem receitas que aprenderam com a mãe e a tia no Centro de BH

Dois irmãos sírios servem receitas que aprenderam com a mãe e a tia no Centro de BH

Síria Gourmet/Divulgação
 


Tudo começou em 2015, quando os irmãos migraram para o Brasil, direto para a capital mineira. Em 2017, aos 19 anos, Youssef teve a ideia de criar um negócio com um amigo, mas as diferenças o fizeram sair da sociedade, dando espaço a Mario, que partilha do negócio desde 2021. Sem saber cozinhar, os jovens aprenderam com a mãe e a tia para dar alma ao restaurante.


Mario avalia o público do restaurante bem receptivo à comida árabe, mas diz que precisam fazer adaptações. Segundo ele, os clientes gostam de pratos tradicionais, como o arroz com açafrão e kafta, mas também estão abertos a novas opções, como o combo de shawarma (sanduíche de frango, kafta ou cordeiro com pasta de alho e batata frita). O restaurante serve carne de cordeiro duas vezes na semana, normalmente quinta e sexta, quando a procura é maior.

 


O sírio conta, ainda, que eles estão atentos às demandas e pensam também no público vegetariano. Há, por exemplo, um sanduíche de falafel (bolinho de grão-de-bico) com tomate, cebola, ervas finas e azeite. Mas eles podem substituir a carne de qualquer prato pelo bolinho.


Ricardo Hamdan


Com um cardápio autêntico e tradicional, o Ricardo Hamdan, comandado pelo chef de mesmo nome, busca oferecer o melhor da comida libanesa aos belo-horizontinos. O restaurante funciona desde 2014 atendendo por delivery e encomendas de bufê árabe. Em 2023, abriu loja no Belvedere. Desde semana passada, instalou-se em um novo endereço, no Santa Lúcia, para atender melhor os clientes.

 

O delivery é o grande destaque da operação comandada por Ana Paula Aragão e Ricardo Hamdan

O delivery é o grande destaque da operação comandada por Ana Paula Aragão e Ricardo Hamdan

Ricardo Hamdan/Divulgação
 


“Estamos em um ponto logisticamente interessante para o delivery. É um lugar charmoso e agradável, onde cabem 24 pessoas, com autosserviço e retirada no balcão”, conta.


Atualmente, Ricardo comanda o negócio com a ex-mulher, Ana Paula Aragão, e tem três operações, sendo uma cozinha central. O delivery é o grande destaque da casa, que visa fazer a entrega de uma comida árabe de qualidade de maneira rápida. De acordo com o dono, os cozinheiros têm inovado e experimentado a criação de outros pratos para acrescentar ao cardápio, mas as pastas árabes e os quibes são os queridinhos dos clientes.


“Os temperos vêm do Líbano, como a pimenta síria e o zaatar. São poucos temperos que, trabalhados, oferecem sabores autênticos. Cada prato tem uma forma de conciliá-los. Tem prato que, pela própria natureza, não precisa de tempero, como a coalhada seca bem preparada”, diz.

 


Segundo Hamdan, o campeão de vendas é o lanche árabe personalizado com quatro pastas, que serve até três pessoas. O combo conta com uma carne da preferência do cliente, tabule, quibe cru e uma pasta à escolha do cliente, que pode ser homus, coalhada ou babaganoush.

 

FORA DE BH - No Ateliê de Abrahão


Saindo de BH, na Região Metropolitana, um singelo espaço une arte e gastronomia. O Ateliê do Abrahão, em Brumadinho, funciona como um restaurante de comida árabe e uma oficina de cerâmica, onde Antônio Abrahão, dono do empreendimento, produz manualmente suas peças. Simultaneamente, ele também produz um pão feito na hora.

 

O pão folha, considerado 'a colher na culinária árabe', acompanha todas as pastas

O pão folha, considerado 'a colher na culinária árabe', acompanha todas as pastas

No Ateliê de Abrahão/Divulgação
 


O espaço funciona em meio à natureza, com uma proposta mais intimista, onde as pessoas podem fugir da cidade para apreciar comida de qualidade e atendimento personalizado. A ideia é fugir do modelo comercial e oferecer ao público uma experiência completa.


Depois de muitos anos com vários funcionários e formando muitos profissionais, ele entendeu que não precisava seguir a mesma linha que os concorrentes. Agora, a filha, Amanda Abrahão, comanda a cozinha enquanto ele é responsável pelo atendimento, nos almoços de sábado e domingo.


“Alguns clientes estranham o funcionamento do restaurante, mas eu não penso em mudar, pois perde um pouco da legitimidade da minha cultura e da minha comida. Não quero ficar trabalhando só em função de números”, conta o sírio, que visa a pequena produção para manter a qualidade e prezar estilo de vida. Outro objetivo do ateliê é humanizar os clientes, chamando-os pelos nomes e conhecendo os rostos. Abrahão conta que já sabe como os clientes querem os pratos, o que eles buscam na casa.


No cardápio, destaque para o markook, pão folha perfumado com ervas, tomilho selvagem, sálvia e azeite. É assado na hora, de maneira rápida, e servido bem quente. Segundo o dono do restaurante, o pão é “a colher na culinária árabe”, onde são colocadas as pastas.

 

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Por ser uma casa clássica sírio-libanesa, Abrahão considera respeitar a tradição e, consequentemente, não fazer releitura dos pratos com ingredientes como queijo.


Pasta de berinjela defumada - babaganoush (Ricardo Hamdan)

Sanduíche com quibe cru, tabule, labne, babaganoush e homus da Ricardo Hamdan

Sanduíche com quibe cru, tabule, labne, babaganoush e homus da Ricardo Hamdan

Ricardo Hamdan/Divulgação


Ingredientes

  • 1kg de polpa de berinjela assada;
  • 250ml de molho tahine (pasta de gergelim);
  • limão, alho e sal a gosto.

Modo de fazer

  • Asse a berinjela em forno bem quente ou direto na trempe do fogão, até a casca ficar quebradiça.
  • Tire a polpa da berinjela e reserve.
  • Em um recipiente, misture o tahine com limão, alho e sal.
  • Raleie o molho com água.
  • Por fim, misture bem o molho à polpa de berinjela.
  • Sirva com azeite e pão árabe.

 

Serviço


Pita – Bar & Mini Empório (@pitabarbh)
Rua Viçosa, 471, São Pedro
(31) 98878-4498

Ali Ba Bar (@alibabarbh)
Rua Matias Cardoso, 345, Santo Agostinho
Avenida do Contorno, 8687, Gutierrez
(31) 3337-9114

Bar do Toninho Árabe (@bardotoninhoarabe)
Rua Níquel, 246, Serra
(31) 99157-9799

Abbas Empório Árabe (@abbasemporioarabe)
Avenida Prudente de Morais, 597, Santo Antônio
(31) 3018-0612

Síria Gourmet (@siriagourmet_bh)
Rua dos Goitacazes, 322, Centro
(31) 99895-8988

Ricardo Hamdan (@ricardo_hamdan)
Avenida Halley, 1075, Santa Lúcia
(31) 97171-5170

No Ateliê de Abrahão (@noateliedoabrahao)
Rua Dois, B, 35, Recanto da Serra, 3ª Seção – Brumadinho
(31) 99169-6598

 

*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino