
Conheça o bar em BH que atrai clientes pelo cheiro que sai da cozinha
O grafite na parede traduz muito bem a ideia por trás do bar: 'A melhor rede social ainda é uma mesa cheia de amigos'
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Siga noAs prateleiras, com embalagens de óleo, pacotes de sal e farinha, ovos, pratos e toalhas de papel, fazem o lugar parecer uma mercearia. À medida que você entra naquele espaço, a cozinha na entrada e as mesas ao fundo revelam um bar: o Bar da Cassi.
Localizado no Bairro Alto Caiçaras, Região Noroeste de Belo Horizonte, o bar não é como os demais. A própria dona o define como um lugar “tranquilo e sossegado”. Um lugar para as pessoas se sentirem em casa. Quaisquer pessoas: “Atendemos todo tipo de público aqui, a gente não tem preconceito nenhum com ninguém”, relata Cassiane Miranda Costa, ou só Cassi, que é casada com Fabiana Sílvia de Carvalho Franklin, a Fabi, sócia do negócio.
Durante o dia, elas se dedicam a outros trabalhos. A Cassi, por exemplo, é supervisora de logística de uma empresa. Com esses trabalhos matutinos é que elas fazem a renda fixa. A partir das 17h30, hora em que o bar abre, viram donas de bar. Não só isso: também se tornam “oficialmente" bartenders e garçonetes. Mas a cozinha é só da mulher que leva o nome do bar.
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E assim, nessa divisão de tarefas, as duas conquistaram um público fiel. A paixão por cozinhar de Cassi fez com que as pessoas encontrassem o bar pelo cheiro, “o que tá cheirando aí?”. Ela conta que foi assim que muita gente conheceu o lugar. O cardápio varia, sempre tem novidades e experimentações, e Cassi garante que está sempre tudo novinho.
Às quartas, o bar serve um tira-gosto com ótima saída: bolinho de carne moída recheado com queijo e batata recheada com camarão (R$ 18) e ou com carne (R$ 16). Quinta-feira é dia do angu à baiana, com costelinha de porco e ora-pro-nóbis (R$ 22). Às sextas, o pastel de camarão (R$ 18) é o carro-chefe, um pastel maior que o convencional, muito recheado.
Sábado é dia de petiscos: porções de batata chips, contrafilé com batata frita e quibe de carne com queijo. Aos fins de semana, além dos petiscos, também tem almoço: arroz, feijão, salada, carne cozida com batata ou frango com quiabo (R$ 25). Apesar do cardápio, as sugestões da clientela são prioridade. Os almoços de sábado e domingo são abertos à sugestões, basta comunicá-las com antecedência.
Um diferencial é o vinagrete de chuchu, picado junto ao tomate-cereja, pimentões coloridos, cebolinha e bastante limão. O limão, segundo a dona, ajuda a dar crocância. A receita acompanha espetinhos e farofa.

“Você nunca vai comer nada esquentado que eu fiz ontem, anteontem ou congelado. Tudo é feito na hora. Graças a Deus, nossos pratos têm uma saída muito bacana, eu não preciso congelar nada. No máximo, um bolinho de carne moída”, garante Cassi.
Não menos importante, as bebidas. Além das cervejas, entre R$ 10 e R$ 16, o bar serve drinques. A caipirinha é diferente do convencional, não é de limão. É de mexerica. Feita com a própria fruta e cachaça, a bebida é uma das mais pedidas.
Outros drinques são feitos com licores da empresa Cavalgada, do Mercado Central de BH. Os sabores são maçã verde, morango e limão siciliano. Tem também um com leite condensado, gelo, leite de coco e cachaça. Segundo ela, a cachaça é uma escolha melhor que gim ou vodca, que “roubam o sabor do drinque”. O valor é de R$ 20.
De comer chorando

Reproduzir receitas de família é um dos talentos da cozinheira. As sócias relembram uma situação, da época em que ainda namoravam. Fabi conta que, em 2001, quando estava grávida de seu filho, tinha desejo de comer frango ao molho pardo. A mãe sempre realizava esse desejo e assim foi durante toda a gestação.
Em 2009, a mãe da Fabi faleceu. Seis anos depois, já namorando, ela contou para a companheira que nunca mais tinha comido o prato e que sentia saudades. Passados alguns dias, Cassi preparou uma surpresa: “Quando cheguei na casa dela, ela tinha feito o prato. Até hoje eu me emociono com isso. Estava muito perfeito e, de fato, comi chorando. Até hoje, todas as vezes em que como esse prato, é como se tivesse comido a comida da minha mãe”, relata.
Fabi conta que, recentemente, Cassi “deu vida” a um prato que a avó de um amigo preparava: taioba com costelinha. Feita no fogão a lenha, fez outra pessoa se emocionar.
Mesa cheia de amigos
O grafite na parede traduz muito bem a ideia por trás do bar: “A melhor rede social ainda é uma mesa cheia de amigos”. O estabelecimento começou assim, para atender os amigos, enquanto Cassi satisfazia seu desejo de cozinhar. E, apesar de atrair mais público hoje, a essência continua a mesma. A ideia é que as pessoas se sintam em casa.
Cassi relata: “É aquele lugarzinho que você encontra privacidade para poder sentar como a namorada, com os amigos, para bater um papo. Nós sempre conversamos com os clientes. Vamos criando vínculos muito bacanas e essas pessoas voltam porque elas foram bem recebidas, foram acolhidas,”, afirma, orgulhosa.
A diversão é uma das prioridades. Recentemente, o bar ganhou uma máquina de karaokê, que funciona com moedas. E é um sucesso, já que, segundo Cassi, “quando as pessoas bebem, todos se tornam cantores”.
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Cassi e Fabi não querem parar onde estão. A ideia é aumentar a rede de clientes e, quem sabe, mudar da casa alugada para um lugar maior. Elas têm certeza de que os clientes as acompanharão, independentemente do endereço.
Serviço
Bar da Cassi (@bardacassi)
Endereço: Rua Rosinha Sigaud, 494 - Alto Caiçaras
Funcionamento: de quarta a sexta, a partir das 17h30; sábado e domingo, a partir das 11h30
Telefone: (31) 97555-3834
*Estagiária sob supervisão da subeditora Celina Aquino