FIM DE UMA HISTÓRIA

BH: restaurante vegano referência na cidade fecha as portas

O Camaradería Gastrobar encerra suas atividades no último dia deste mês. 'Teve começo, meio e fim, mas não tem arrependimento', diz um dos sócios

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Quem pensa que a maior parte do público frequentador do Camaradería é vegano, se engana. Ao longo de seus quase oito anos de história, o local desmistificou a culinária de base vegetal e abriu o coração de muitas pessoas, inclusive carnívoras.

Gabriel Neiva, sócio fundador do estabelecimento, explica que a maioria dos frequentadores não é vegana, e que as pessoas passaram a classificar o estabelecimento da mesma forma que fazem com restaurantes italianos ou franceses, como uma opção. “70% do nosso público certamente come carne normalmente, é um público que varia a dieta”, afirma.

Hoje, o carinho com os clientes e a experiência de assistir frequentadores apresentando o restaurante para familiares e amigos com tanta admiração são coisas que orgulham o sócio. “É muito legal, como que a gente foi referência, como as pessoas tinham orgulho do nosso espaço”, relata.

 

História com início, meio e fim

Os narradores da história do Camaradería são Gabriel Neiva e Bruno Faria, que, juntos, fundaram o estabelecimento. Neiva conta que sempre foi vegetariano e que Bruno, quando abriram o gastrobar, já tinha feito a transição na alimentação.

Segundo Gabriel, em uma viagem a Medelín, na Colômbia, quando foi passar um tempo com seu amigo que viria a ser seu sócio no empreendimento, a ideia de um fast food vegetariano foi debatida por eles.

Entretanto, já no Brasil e após 14 meses de planejamento, em maio de 2017 nasceu, um gastrobar vegano no coração de Belo Horizonte, o Camaradería.

No início de sua trajetória, o restaurante passou por algumas dificuldades, justamente por ser vegano e não oferecer carnes ou elementos de origem animal. “O público mineiro é muito conservador, a culinária mineira é muito voltada para leite, ovos e carnes, está na memória afetiva das pessoas”, diz Gabriel.

Bastou algum tempo até que muita gente fosse conquistada e a aceitação do Camaradería atingisse uma crescente. Até a chegada da pandemia, os sócios tinham projetos até mesmo de abrir uma loja em São Paulo.

O período foi difícil para muitas pessoas e muitas áreas. Para a gastronomia e para o Camaradería não foi diferente. “A gente não abriu para ninguém, nem delivery. A gente não mandou ninguém embora também, a gente manteve todo mundo”, explica Neiva.

Depois disso, segundo Gabriel, nada voltou a ser como antes. A própria região da Savassi, repleta de escritórios e comércio, teve seu movimento afetado, afinal, muitas pessoas mantiveram o regime de trabalho híbrido ou mesmo online.

Essa junção de fatores, além da alta dos preços dos alimentos, fez com que os sócios decidissem, após muito esforço, tomar esta difícil decisão. “Teve começo, meio e fim, mas não tem arrependimento. Se a gente tivesse que voltar para 8 anos atrás, a gente teria a mesma ideia, e a gente abriria, nós vemos que seria importante a gente passar por tudo que a gente passou”, destaca Gabriel.

Última chance!

Para quem quiser se despedir ou experimentar algum prato do Camaradería, o local estará aberto até o último dia deste mês (31/03). Além do cardápio fixo, o restaurante oferece pratos do dia nos almoços de segunda a domingo. Alguns pratos especiais são servidos em dias específicos também, como acontece com o tropeiro, servido nas quintas e a feijoada nas sextas. Já domingo é o dia do risoto no estabelecimento, que recria essa receita italiana com ingredientes de origem vegetal.

Alguns sucessos da casa

Com muita criatividade, diversos pratos tradicionais são reformados e outros tantos criados dentro do universo do veganismo. A culinária mineira, por exemplo, não poderia ficar de fora do cardápio, apesar de utilizar diversos ingredientes de origem animal. O tropeiro (R$ 48,90) servido no Camaradería às quintas-feiras é uma das estrelas da casa. Assim como na feijoada (R$48,90), que é servida às sextas, a soja é utilizada para substituir a linguiça e as carnes de porco.

O risoto, de origem italiana mas já bem difundido no Brasil e em BH, também pode ser degustado no estabelecimento. Gabriel destaca o risoto de ora-pro-nóbis (R$66,90) e o risoto ao curry (R$66,90).

Cheesecake
Cheesecake de frutas vermelhas sem queijo é inusitado mas conquistou muita gente Camaradería/ Divulgação

Não pode faltar uma opção para a sobremesa e pasmem, o destaque da casa é um cheesecake de frutas vermelhas (R$26,90). Com base de cookie de castanha e óleo de coco, recheio à base de tofu e creme de frutas vermelhas, o doce conquistou muitas pessoas ao longo da história da Camaradería.

Serviço

Camaradería Gastrobar

Rua Cláudio Manoel, 555, Funcionários

(31) 3646-4616

De segunda a quinta, das 11h às 15h

Sexta e sábado das 11h às 22h

Domingo das 11h às 16h30

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