“Tenho visto uma galera jovem frequentar o Centro de BH”. A constatação é de Wagner Oliveira, gerente do Pop Kid, em plena Praça 7, que testemunha o interesse do público naquilo que essa agitada região da cidade oferece.
A casa é uma das 29 que participam da 3ª edição do Viradão Gastronômico, a programação de comes e bebes da Virada Cultural – aguardada avalanche de atrações culturais que abraça a capital uma vez por ano. Sanduíches, bolinhos, pastéis e caldos são alguns dos petiscos participantes. A lista completa dos participantes está aqui.
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A edição atual começa neste sábado (24/8) e vai até domingo (25/8). A reportagem acompanhou uma visita a seis dos participantes, uma prévia apresentada à imprensa e influenciadores digitais. Sob curadoria da jornalista Lorena Martins, a iniciativa mapeou estabelecimentos e petiscos que irão matar a fome da multidão que vai ocupar as ruas nos arredores do evento. “O hipercentro de BH é um espaço que reflete a cultura alimentar da cidade como um todo", explica a curadora.
A intenção é contemplar bares nas proximidades dos oito palcos distribuídos pelo Centro. No fluxo intenso de pessoas no entorno da Praça 7, o Pop Kid estreia no Viradão como uma boa opção para quando a fome bater, já que o petisco da casa é a batata assada com recheio cremoso de frango e requeijão (R$ 20).
Fundado em 1980, o bar é conhecido pelo chope refrescante - vende 1.500 litros por semana e se apresenta como um dos maiores vendedores da bebida. Na noite da visita, jovens andando de skate e pessoas orando em culto em plena praça deixavam o local ainda mais diverso e pulsante. “Acho aqui um lugar simbólico para BH”, defende Lorena Martins.
Caminhar pelas ruas do Centro é um dos atrativos de quem busca se surpreender durante a Virada Cultural, por isso o cliente ávido pelos bares participantes precisa estar apto a caminhar para conferir o maior número possível de lugares. Pena que a parte gastronômica seja bem menos notívaga do que as atrações artísticas, já que quase nenhum bar participante vai funcionar no início da madrugada de domingo.
DE TORTINHA A CALDO DE MOCOTÓ
No movimentado Edifício Central, ao lado da Praça da Estação, uma turma bacana natural de Pedro Leopoldo comanda o recém-aberto Farofa, que aposta em itens de estufa, como a carne de lata com farofa e mandioca na manteiga de garrafa (R$ 20). Quando der sede, invista no drinque a braba, que leva tucupi, cachaça, cajuína e pimenta (R$ 26).
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Na Praça 7, a famosa Frau Bondan, conhecida por seus doces, oferta delícias salgadas, como a ótima tortinha de carne de lata (R$ 11), que mais parece uma empada. A mini cheesecake com calda de goiabada (R$ 11) é pedida para os que preferem receitas doces. A praça vai receber várias festas animadas durante a madrugada, e Vinícius Glico, à frente da casa, diz que vai tentar manter o funcionamento até 3h.
O tradicional caldo de mocotó (R$ 17) é opção para quem encara pedidos mais potentes. Na loja do Nonô - O Rei do Caldo de Mocotó, o item disputa a atenção da clientela com língua de boi, bolinho de feijão e ovos cozidos coloridos. “Dizem que o caldo é afrodisíaco”, brinca o gerente Douglas Henrique. O bar, que completa 60 anos neste 2024, chega a vender a incrível marca de 1.200 caldos por dia.
O DESTAQUE DA NOITE
Queridinho da turma mais jovem, o Pirex fica na Galeria São Vicente, point que certamente vai ficar lotado, bem ao lado do palco destinado a samba. Também ancorado na onipresente estufa, o bar prepara o lariquinha viradão, uma porção de batata picles com queijo e calabresa crocante (R$ 15). Outras seis casas situadas na Galeria participam do Viradão Gastronômico.
Uma delas vende o destaque da noite da visita, que foi o cacetinho de creme de alho à base de inhame e leite de coco com ragu de cogumelos e mix de castanhas (R$ 20), uma surpreendente combinação de ingredientes que é vegana mas atende a qualquer paladar.
O sanduíche é feito pela Lambe Lambe, também na Galeria São Vicente. Para refrescar, peça a bebida fermentada à base de fruta produzida ali mesmo. São mais de 54 sabores (R$ 12 o copo de 300 ml), como o de mirtilo, cravo e canela, que lembra um quentão.
A depender do horário, a busca por alguma casa participante que esteja aberta pode ser infrutífera, especialmente se for após meia noite. Caso isso aconteça, uma opção certeira é o Tim Bilhares, um bar com 15 mesas de sinuca que funciona a madrugada toda na Rua Carijós, 109, a uma quadra da Praça 7. Moqueca de tilápia, porção de pastel, coxinha e mexido são algumas das imperdíveis opções.